A primeira utilização da TBA (toxina botulinica tipo A), popular botox, em seres humanos foi para aplicações oftalmológicas em pacientes com estrabismo. Porém ficou conhecida ao ser usada pela indústria de cosméticos.
Atualmente descobriu-se que a TBA pode ser uma grande aliada no tratamento de pacientes neurológicos, para sua reabilitação, já que contribui em quadro de espasticidade ocasionados, por exemplo, por derrame, falta de oxigênio antes, durante ou pós parto, entre outros. A substância proporciona um relaxamento muscular que, nesses casos, reduz a força da contração involuntária, diminuindo o aparecimento de deformidades e aumentando as possibilidades de reabilitação do paciente.
A TBA tem ação reversível, dura em média três meses, no entanto com o auxílio da fisioterapia sua ação pode ter um prolongamento de aproximadamente seis meses. Por isso, um aproveitamento melhor dos efeitos proporcionados pela toxina depende de uma boa interação entre o médico que realizou o procedimento e o fisioterapeuta.
O paciente deve receber a aplicação nas regiões comprometidas e, através de exercícios de alongamento e posicionamento realizados em sessões de fisioterapia, é possível aumentar a amplitude de movimento do membro atingido, melhorando sua função e coordenação.
Hoje, por tanto, pode-se dizer que a TBA, é de grande ajuda à fisioterapia no tratamento de pacientes com espasticidade já que seu uso torna possível alcançar situações clínicas antes inviáveis.
Por não haver contraindicações ou efeitos colaterais significativos, a toxina se faz agradável aos pacientes. O único fator limitante é o preço elevado das doses que a torna inacessível a algumas classes sociais. Porém, em Londrina e região existe ambulatórios e instituições públicas que realizam triagens para aplicação da TBA e também o tratamento com fisioterapia.
Marcia Aoki - fisioterapeuta (Londrina)