Por mais desejada que seja a gravidez, ela proporciona alegrias, angústias e temores, principalmente aos futuros pais de gêmeos. Gestações gemelares são consideradas ''de alto risco''. Demandam maiores cuidados durante o período pré-natal e também no parto.
Os gêmeos frequentemente nascem prematuros e/ou com baixo peso, necessitando de atenção mais especial do que os bebês singulares (quando nasce um a cada parto). Embora os cuidados pré e peri-natais possam ocorrer de forma satisfatória, é preciso que os pais sejam preparados psicologicamente para receber dois ou mais bebês.
A maternagem implica não apenas alimentação e higiene, mas também aconchego, conforto e compreensão das inúmeras necessidades que o bebê enfrenta. A mãe de gêmeos fica dividida quando ambos a solicitam ao mesmo tempo, precisando repartir a atenção/cuidados entre eles, escolher quem será atendido primeiro e como vai lidar com o bebê que ficou em segundo plano.
A mãe que amamenta beneficia o bebê em termos físicos e psíquicos, enfrenta menos trabalho com o preparo do alimento e, neste momento, pode cuidar sozinha do filho. Afinal, só ela ''possui'' o peito.
Com gêmeos é mais complicado, se requisitam o peito ao mesmo tempo a mãe precisa decidir a quem atende primeiro, se amamenta os dois ao mesmo tempo, se alterna peito e mamadeira, etc. Se o pai estiver disponível, tudo fica mais fácil, entretanto nem sempre isso é possível, pois é natural que o pai esteja ausente em função da atividade profissional.
Os gêmeos competem entre si pela atenção dos pais, que ficam atordoados e sem saber como agir. Tudo isso pode levar a problemas emocionais que acabam por prejudicar, não apenas os gêmeos, mas a família toda.
Assim, desde que a gestação de gemelar é constatada os pais devem buscar, além dos aspectos médicos e materiais, também o preparo psicológico pré-natal a fim de minimizar o stress parental e otimizar o desenvolvimento dos filhos.
Maria Elizabeth Barreto de Pinho Tavares - psicóloga clínica (Londrina)