Até os 6 meses, a criança deve ser alimentada com leite materno exclusivo, não havendo necessidade de oferecer nenhum outro alimento ou líquido. A partir dos 6 meses, inicia-se a introdução de outros alimentos.
No início, a criança tem a tendência de recusar novos sabores, devendo os pais insistir com a comida por alguns dias até que a criança passe a aceitá-la. Nunca se deve esquecer de que a criança come aquilo que aprende a comer, portanto, os primeiros meses de introdução sobre alimentação são fundamentais para o estabelecimento de padrões alimentares posteriores.
Na idade pré-escolar (2 e 7 anos) a queixa dos pais é: ''meu filho não come'' e isso acontece pelos principais motivos: 1) desaceleração do crescimento e do ganho de peso, diminuindo as necessidades energéticas das crianças; 2) os pais passam a valorizar as refeições de sal e diminuem o valor das refeições lácteas; 3) a criança ''esquece'' de comer, pois prefere brincar. Nessa fase já começam a aparecer erros alimentares, como o excesso de mamadeiras e a falta de horários bem estabelecidos para a alimentação. Os ''lanchinhos'' fora de hora tiram a fome da criança.
A aceitação dos alimentos se dá, principalmente, pelo condicionamento social e a família é o modelo para o desenvolvimento de preferências e hábitos alimentares. É importante que desde o início da vida da criança ela observe outras pessoas se alimentando.
As refeições devem ter horários bem estabelecidos, e tudo deve ser parado, não tendo a TV ligada ou outras fontes de distração. O ambiente deve ser tranquilo, para que a criança associe as refeições a momentos prazerosos de convivência familiar.
Na idade escolar (7 e 9 anos) a criança tem acesso a guloseimas fora de casa, é o período que precede o estirão puberal, em que aumentam as necessidades energéticas. Deve-se observar o ganho de peso, para evitar o excesso, uma vez que a criança come mais e o crescimento ainda é lento.
A alimentação deve ser adequada gradualmente, conforme o crescimento estatural que se inicia na puberdade; esse período é rápido e vai até o final da adolescência, há ganho de massa magra (músculos) e mudança da constituição corpórea. O acompanhamento dessa fase por um profissional é importante e a prática de atividade física sempre deve ser incentivada. (Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria)
Gina B. Schiavon, pediatra