Tire suas Dúvidas

A compulsão por trabalho pode ser um sintoma de alerta?

15 fev 2010 às 18:54

Ter prazer, gostar do que faz, ser pró-ativo e cumprir metas e prazos no trabalho é fundamental para a produtividade. Porém, trabalhar excessivamente nem sempre é saudável nem sinônimo de bons resultados.

O indivíduo compulsivo pelo trabalho, chamado em inglês de workaholic, nem sempre tem uma performance tão boa. Ele é muito competitivo, agressivo e intolerante com os colegas de trabalho, geralmente criando um péssimo ambiente, principalmente quando os outros não seguem o mesmo ritmo. Seus comportamentos são extremos, como trabalhar a qualquer hora, inclusive em feriados e fins de semana, e em qualquer lugar.


Os workaholics dormem pouco, têm dificuldade para descansar, relaxar ou tirar férias, e têm uma visão distorcida do que é lazer. O resultado disso, em geral, é o isolamento, a queda da produtividade e a piora da qualidade de vida.


Estes profissionais muitas vezes alcançam sucesso na carreira enquanto ainda são jovens, mas, aos poucos, os sinais e sintomas do estresse vão minando a sua saúde. Isso contribui para o aparecimento ou agravamento de problemas, principalmente os cardiovasculares, como pressão alta, enfarte e derrame. Isto é muito frequente nas pessoas que se expressam com raiva e impaciência.


Segundo a Associação Internacional dos Trabalhadores Compulsivos Anônimos, o primeiro passo para a cura é o indivíduo se conscientizar de que esta é uma situação doentia e que prejudica a saúde. Para combater o problema, devem ser adotadas mudanças no estilo de vida, como a prática de exercícios físicos, higiene do sono, dieta saudável, atividades de lazer e apoio social. O tratamento requer também terapia. Ser produtivo não significa, necessariamente, ter que ficar depois do horário no escritório com a cabeça fincada nos papéis. O importante é ser eficiente e saudável.

Marcelo Dratcu, médico com especialização em terapia cognitivo-comportamental (São Paulo)


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