É muito comum ouvirmos falar sobre menopausa. No entanto a andropausa é cada vez mais recorrente na vida dos homens, apesar de acometê-los mais tardiamente. Um estudo acerca do assunto divulgado no The Journal of Urology revela que 38% dos homens inférteis apresentam ocorrências de disfunção erétil e sintomas da andropausa.
De acordo com o urologista Edson Borges Junior, especialista em Medicina Reprodutiva, os níveis de testosterona começam a declinar a partir dos 30 anos, mas não há estudos conclusivos que apontem em que idade o homem entra na andropausa. Normalmente, os sintomas são mais visíveis depois dos 50 ou 60 anos, quando alguns estão em novos relacionamentos e enfrentam dificuldade para ter filhos com a nova parceira.
"Apesar de a infertilidade ser uma evidência forte, aliada à idade do paciente, a andropausa pode desencadear outros sintomas, como irritabilidade ou desânimo, dificuldade de concentração, fadiga acentuada, problemas de ereção, diminuição de libido, aumento de peso, cansaço ao se exercitar e perda acentuada de cabelo", afirma Borges. Ele ainda ressalta que a disfunção erétil é o sintoma que mais incomoda os homens, por isso é comum que os pacientes busquem um tratamento específico, quando na verdade se trata de um quadro mais amplo. "Quando não tratado, o quadro de andropausa pode aumentar a predisposição do paciente a doenças como diabetes, osteoporose e cardiopatias", alerta o especialista.
Ao mesmo tempo em que começa a tratar os primeiros sintomas de andropausa, o homem que ainda quer ter mais filhos pode contar com um arsenal tecnológico a seu favor. "De preferência, terapias efetivas para o tratamento de infertilidade devem garantir que o casal infértil se torne capaz de estabelecer a gravidez por meio do intercurso sexual. Entretanto, várias técnicas de reprodução assistida são cada vez mais utilizadas no manejo desses pacientes", diz o especialista.
O estudo americano ainda afirma que assim que começarem a sentir os sintomas da andropausa, os homens devem procurar um especialista para um diagnóstico detalhado, buscando o melhor tratamento. Nesse sentido, Dr. Edson acrescenta que o urologista desempenha um papel fundamental tanto no tratamento da andropausa, podendo indicar uma terapia de reposição hormonal (testosterona), como no tratamento da infertilidade masculina, já que sempre há novidades na área da Medicina Reprodutiva e novas técnicas de captação espermática. "Outro aspecto importantíssimo da participação do urologista é na detecção e tratamento de possíveis causas de infertilidade potencialmente curáveis e que podem representar risco de morte para o paciente, como o câncer, por exemplo", completa o especialista.