Sexualidade

Frutas dão 'tempero' especial em noite romântica

31 dez 1969 às 21:33

Ao longo da história da humanidade, a busca por ''elixires sexuais'' sempre foi uma constante. Desde épocas remotas, em diferentes culturas, o homem busca substâncias que despertem o apetite sexual ou melhorem o desempenho durante o sexo - os chamados afrodisíacos. O termo tem origem na palavra grega aphrodisiakós: relativo ou pertencente à afrodisia, que ''restaura as forças geradoras ou desperta os apetites carnais''; deu origem também ao nome da deusa grega do amor, Afrodite.

As substâncias afrodisíacas são conhecidas por terem (supostas) propriedades de estimular o desejo sexual e melhorar a potência masculina. Dentre as mais conhecidas, podemos citar o amendoim, ovo de codorna, guaraná, ostra e morango. Dificilmente encontramos referências a melão e melancia como afrodisíacos.


Os gregos usavam alimentos como cebola, trufas e peixes, que eram consumidos pelos casais para estimular o apetite sexual. Na Roma antiga, receitas afrodisíacas incluíam vísceras de animais, como testículos de cavalos. Os chineses, por sua vez, faziam uso de insetos em seu cardápio com esta finalidade. Já os astecas lançavam mão do chocolate como estimulante sexual.


Não existe fundamentação científica que comprove que estas substâncias possam aumentar o desejo ou melhorar o desempenho sexual, nem incrementar a ereção nos homens. Os efeitos esperados dos afrodisíacos são baseados em lendas e crendices populares, passados de geração em geração desde os tempos mais remotos.


Por exemplo, há a crença de que alguns alimentos energéticos como o guaraná, catuaba e amendoim possam aumentar o desempenho sexual por seu alto teor calórico. Por outro lado, acredita-se que o ovo de codorna, por vir de uma ave que copula várias vezes em curto espaço de tempo, possa transmitir este vigor sexual a quem o ingere. A outras iguarias, como ostras, banana, morango, figo e aspargos, creditam-se propriedades afrodisíacas pela semelhança dos formatos com os órgãos sexuais.


O Viagra (sildenafil) é uma substância sintética, criada em laboratório com um alvo molecular específico, melhorando a ereção por meio do bloqueio de uma enzima presente nos corpos cavernosos penianos. Portanto, não existe Viagra ''natural''. O uso de frutas, loções, perfumes e incenso, por exemplo, durante uma relação sexual, pode ''apimentar'' o momento, porém não vai fazer milagres.


Mitos e verdades


- Mito: os afrodisíacos são naturais e inofensivos
- Verdade: algumas substâncias como a cantárida, utilizada na Grécia antiga, podem ser tóxicas e até fatais

Juliano Plastina, urologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia


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