Com a iniciação sexual acontecendo cada vez mais cedo, e muitas vezes sem preservativo, a transmissão do HPV (vírus papiloma humano) está crescendo principalmente nas faixas etárias mais jovens. Segundo o médico Reinaldo Tovo Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, o HPV é sexualmente transmissível e causa lesões genitais de difícil tratamento, sendo assim muito importante a sua prevenção. "Existem formas de se evitar a doença, como o uso do preservativo, a vacina e a realização de exames. É preciso conscientizar as pessoas sobre isso", afirma o médico.
Tema do último Curso de Educação Médica Continuada da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional São Paulo, o HPV é a principal causa do câncer de colo de útero, que atinge 0,5 milhão de pessoas em todo o mundo, além de causar em menor porcentagem o câncer de pênis. Estima-se que 50% da população sexualmente ativa já teve algum tipo de contato com esse vírus. Conforme explicou Reinaldo Tovo, mais de 75% dos parceiros que entram em contato com o vírus desenvolvem lesões. O câncer de colo de útero é a segunda maior causa de mortes entre mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Foi lançada no Brasil, há cerca de um ano, uma vacina que previne a infecção por HPV em até 90%. Ainda com custo não acessível a toda população, cerca de R$ 700,00 a dose, ela não é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As mulheres podem, no entanto, realizar pelo SUS o papanicolau, exame preventivo que deve ser realizado periodicamente em consultas com o ginecologista. "A detecção precoce permite reduzir em até 70% a mortalidade por câncer do colo do útero na população de risco. Já a prevenção primária pode ser realizada por meio do uso de preservativos durante a relação sexual, uma vez que a prática de sexo seguro é uma das formas de evitar o contágio pelo HPV", finaliza o médico.