Saúde & Ambiente

Você sabe diferenciar idade biológica e cronológica?

20 out 2007 às 10:41

O ser humano, apesar de festejar seus aniversários, não quer envelhecer. Não aceita a velhice como uma fase normal da vida. Quer viver mais e mais, desde que isso não signifique envelhecer.

Cada escolha e decisão tomada desenha sua história e abre diferentes possibilidades em relação ao futuro. Desta forma, desde a mais remota atitude, o indivíduo vai encaminhando sua saúde e, consequentemente, sua qualidade de vida na velhice. O processo de envelhecimento, em resposta às rotinas adotadas, direciona o indivíduo para uma velhice saudável ou doentia. E assim, determina as limitações e potencialidades do velho.


Experimentar a velhice ainda é um privilégio de poucos. Então, por que o medo da velhice? Porque a velhice que se conhece não é velhice, mas a velhice doentia.


O processo de envelhecimento tem ocorrido na presença de várias doenças e isso tem feito da velhice um pesadelo. A caduquice, as limitações motoras e socioeconômicas, além de outras mazelas, são realidades que não motivam a manutenção da vida além dos 65 ou 70 anos.


Como entender a existência de velhos lúcidos, ativos e participativos, enquanto a maioria se apresenta demenciada, limitada e excluída? A explicação passa pela diferença entre a idade cronológica e a idade biológica. A idade cronológica é a idade registrada nos documentos e refere-se ao número de anos contados a partir do nascimento. Já a idade biológica refere-se à qualidade da saúde. É exatamente a idade biológica que determina a qualidade de vida do indivíduo. Se ele é dependente ou independente, se é capaz de se cuidar e decidir sobre sua vida.


Os indivíduos de idade avançada, estando saudáveis, podem agregar muito onde quer que estejam. Velhice não é doença e para que seja alcançada, basta estar vivo. Porém, para vivenciá-la com dignidade, é preciso investir, planejando-a durante todas as fases anteriores da vida. Daí a importância de cada um, a cada momento: profissionais de saúde, professores, pais, avós, bisavós e a sociedade em geral.

*Por José Mário Tupiná Machado, médico geriatra


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