Saúde & Ambiente

PF prende quadrilha acusada de adulterar leite

22 out 2007 às 18:58

A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira (22), em Minas Gerais, 27 pessoas acusadas de crime contra a saúde pública e contra as relações de consumo. As acusações são referentes a adulteração no leite longa-vida produzido por cooperativas das cidades de Uberaba e Passos. Os acusados supostamente usavam técnicas ilegais para aumentar a duração e rentabilidade do produto.

Segundo a Agência Brasil, foram presos um fiscal do Ministério da Agricultura, o químico autor da fórmula utilizada no leite, além de empregados e diretores de cooperativas. Ao todo, estão detidas 19 pessoas em Uberaba e 8 em Passos.


A operação, chamada de Ouro Branco, colheu amostras de leite das empresas Calú e Parmalat, da Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale) e da Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil). Até o momento, todos os lotes analisados foram considerados impróprios para consumo humano. Amostras estão sendo colhidas em empresas produtoras de leite de todo o país.


Segundo a Polícia Federal, apesar de o laudo não indicar quais são as substâncias utilizadas, vários presos confessaram que misturavam soda cáustica, ácido cítrico, peróxido de hidrogênio (comercialmente conhecido com água oxigenada) e citrato de sódio, além de água, sal e açúcar.


"É importante constar que de acordo com os presos essa conduta vem sendo praticada há vários e vários anos. E tem amplitude nacional", afirma o coordenador da operação, delegado Ricardo Ruiz. Ainda segundo a Polícia Federal, a proporção de substâncias impróprias para consumo era de 10% do leite.


O presidente do Conselho Fiscal e cooperado da Casmil, Emerson Carvalho, disse que amostras do leite são enviadas mensalmente para análise no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e que não foram encontrados problemas no último laudo. Quanto às acusações da Polícia Federal, Carvalho alegou que a cooperativa vai aguardar o fim das investigações. "Estamos aguardando que ocorram os trâmites burocráticos para enviar os lotes lacrados pela Polícia Federal para nova análise."


Ainda segundo o representantes da Casmil, a cooperativa fabrica produtos laticínios e fornece leite para grandes empresas do ramo como Nestlé e Parmalat. Procurada pela Agência Brasil para se pronunciar, a Coopervale não foi encontrada.


Anvisa - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que vai analisar o leite de empresas que tinham como fornecedoras a Coopervale e a Casmil.

Ainda de acordo com a Anvisa, caso seja encontrada alguma irregularidade, as empresas serão acionadas podendo sofrer sanções que vão de advertência a multas de até R$ 1 milhão.


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