Saúde & Ambiente

Médicos diagnosticam 'infelicidade como depressão'

18 ago 2007 às 13:53

Muitas pessoas estão sendo dignosticadas com depressão, quando, na verdade, estão simplesmente infelizes, alerta uma pesquisa feita na Universidade de New South Wales, na Austrália. O professor Gordon Parker afirma que a definição de depressão é difusa e acaba levando médicos a tratarem estados emocionais normais como doença.

Em artigo publicado no British Medical Journal, Parker chama a depressão de diagnóstico que "engloba tudo", difundido por estratégias de marketing.


Cerca de um em cada cinco adultos é diagnosticado com depressão em algum momento da vida. Em países como a Grã-Bretanha, os custos com a perda de produtividade e tratamento da doença é estimado em bilhões de dólares.


Velho estigma - Parker acompanhou 242 pessoas durante 15 anos e descobriu que, entre elas, mais de três quartos se encaixavam nos critérios utilizados atualmente para definir a doença.


Ele explica que quase todos os participantes apresentaram sintomas como "sentimentos de tristeza e baixo astral" em algum momento da vida, o que não significa que pudessem ser enquadrados nos casos de depressão clínica, que requerem tratamento.


Para o professor, a prescrição de medicamentos pode aumentar falsas esperanças e não ser eficaz, já que não há nada que esteja biologicamente errado com o paciente.


"Nos últimos 30 anos, as definições tradicionais para se definir depressão clínica se expandiram para o território da depressão considerada normal e, com isso, há o risco de que as depressões amenas, que são experiências comuns, acabem virando patológicas".

Em outro artigo publicado no British Medical Journal, o professor Ian Hickie contradiz a teoria de Parker e defende que o diagnóstico e o tratamento da depressão reduziram o número de suicídios e acabaram com o velho estigma que sempre rondou a doença mental.


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