A má nutrição não é um fator relacionado exclusivamente a classes sociais. De acordo com a pesquisadora de processamento de alimentos Embrapa Agroindústria de Alimentos, Virginia da Matta, as pessoas mais ricas, que têm mais acesso aos alimentos, também apresentam problemas de má nutrição.
"Não necessariamente a classe mais baixa tem problemas de má nutrição. Na classe A as pessoas também não se alimentam adequadamente. Então, há problemas de (falta) nutrientes que deveriam vir dos alimentos. Isso se verifica em todas as classes sociais, por exemplo, no consumo de frutas, legumes e verduras".
Matta participou nesta segunda-feira (15) de um seminário em homenagem ao Dia Mundial da Alimentação, que ocorre amanhã (16). Para ela, uma boa nutrição passa também pelo respeito a hábitos alimentares regionais.
"É preciso tentar induzir uma alimentação saudável, mas sempre respeitando a cultura e a origem das pessoas".
No dia 16 de outubro de 1945, Dia Mundial da Alimentação, foi criada a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
O objetivo era conscientizar as pessoas sobre a situação dos famintos e desnutridos do mundo, além de promover a participação social no debate sobre o direito de acesso à alimentação segura e de qualidade.
A pesquisadora lembra a diferença entre segurança alimentar e segurança de alimentos. A primeira, segundo ela, refere-se a uma questão global, que envolve acesso e disponibilidade de alimentos, enquanto a segunda está mais ligada a fatores como qualidade dos alimentos e risco de contaminações.
O seminário é organizado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, em parceria com a Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Agroconsult.
As informações são da Agência Brasil.