Os estoques de bolsas de sangue em todo o Brasil estão reduzidos em até 50% durante as férias de janeiro, quando muitos doadores estão em viagem. O baixo estoque compromete o atendimento aos pacientes com doenças crônicas e, principalmente, os internados em serviços de emergência. Além disso, a falta de sangue impede até mesmo a realização de cirurgias. O alerta é de Dante Langhi Júnior, diretor administrativo da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH).
Segundo a SBHH, no Brasil o número de doadores representa apenas 1,7% da população, mas segundo a Organização Mundial da Saúde, o ideal seria de 3 e 5%. As doações eventuais para reposição do estoque são importantes, mas as campanhas têm centrado esforços para aumentar o número de doadores de repetição. "A fidelização do doador traz benefícios como menor risco de transmissão de doenças e custo menor", atesta Carlos Chiattone, presidente da SBHH.
"Não há gesto mais humano e altruísta do que o de doar sangue", costuma dizer Chiattone. O sangue e seus componentes salvam muitas vidas. Muitas pessoas, no entanto, não doam em função de algumas crenças ou medos. Nem todos sabem que todo material utilizado na coleta do sangue é descartável, o que elimina qualquer possibilidade de risco de contaminação para o doador.
Mitos
- Quem doa sangue uma vez tem que continuar doando sempre
- A doação "engrossa" o sangue, entupindo as veias
- A doação faz o sangue "afinar", provocando anemia
- Doar sangue engorda ou emagrece
- Mulheres menstruadas não podem doar sangue
Verdades
- Doar sangue não enfraquece o organismo
- Quando o sangue coletado apresentar problema, o doador é convidado a refazer os exames
- Durante a gravidez a mulher não pode doar
- Se o parto for normal a mulher pode voltar a doar depois de três meses. Se for cesariana, depois de seis meses
Perfil básico do doador
Idade entre 18 e 65 anos, peso acima de 50 quilos e boas condições de saúde.