Uma cartilha com dicas de saúde para lésbicas e mulheres bissexuais será lançada pelo Ministério da Saúde na próxima semana, durante as atividades da 10ª Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo, nos dias 15 a 17.
A iniciativa foi motivada pela baixa procura, por parte dessa população, por consultas ginecológicas e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Deve-se também à constatação, pelo ministério, de que o tratamento da sexualidade de lésbicas e bissexuais recebe abordagem inadequada dos profissionais de saúde.
Segundo Daphne Rattner, técnica da área da Saúde da Mulher do ministério, o diagnóstico foi feito após reunião, em 2004, com representantes de grupos de lésbicas de diversas regiões do país. "Uma das queixas era a de que as mulheres não procuram os serviços de saúde porque se sentem pouco à vontade. Por outro lado, os profissionais não estão preparados para lidar com a especificidade da mulher lésbica", informou. E acrescentou: "Os profissionais muitas vezes perguntam apenas se a mulher é casada. Se for solteira, não perguntam se exerce a sexualidade e perdem uma oportunidade de fazer as orientações que talvez fossem necessárias".
A cartilha foi elaborada pela Área Técnica da Saúde da Mulher, em parceria com o Programa Nacional de Hepatites Virais e o Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde, por representantes de movimentos sociais e por especialistas do meio acadêmico.
Organizações não-governamentais vinculadas à Liga Brasileira de Lésbicas, à Articulação Brasileira de Lésbicas e a outras entidades que trabalhem com lésbicas e mulheres bissexuais distribuirão os 10 mil exemplares da publicação.
Informações da ABr