Saúde & Ambiente

Adolescentes também devem consultar o urologista

18 jun 2007 às 20:37

Consultar um urologista é necessário em várias ocasiões durante a vida, e, não somente após os 50 anos de idade, quando a andropausa e outros problemas comuns relacionados ao envelhecimento começam a rondar o homem.

Ainda na infância, o urologista atende por encaminhamento pacientes pediátricos com moléstias urogenitais. A criptorquidia, a fimose, a hidrocele e a torção do testículo são as causas mais comuns de atendimento urológico na infância. "Na adolescência, o acompanhamento urológico também se faz necessário, principalmente, quando o garoto entra na puberdade, antes de iniciar a vida sexual e depois que ele a iniciou. A partir desse momento é importante que seja realizada uma consulta anual periódica, ou, no momento, em que ele perceba qualquer modificação nos seus órgãos genitais", defende o urologista Ricardo Felts de La Roca, de São Paulo.


Um dos objetivos do acompanhamento urológico durante a adolescência é preservar a capacidade reprodutiva do jovem. Para quebrar a resistência natural do adolescente em consultar diversos especialistas, Ricardo de La Roca recomenda aos pais que o adolescente deva participar da escolha do seu médico. "Ele pode pedir uma indicação a outros profissionais que já o assistem a algum tempo ou a amigos que já consultaram um urologista", diz.


O adolescente deve ser orientado a procurar serviços médicos que trabalham com pessoas da sua idade, ou pesquisar, antes da consulta, se o médico tem experiências com jovens. Uma outra forma de fazer a escolha do urologista é marcar a consulta e fazer apenas a primeira etapa dela. "Assim como as meninas, os garotos têm o direito de primeiro conhecer o médico, para depois, se deixar examinar", considera o urologista.


Dúvidas pelo caminho


Falar, pensar e fazer sexo sempre foram considerados "comportamentos típicos do macho"... Mas nunca lhes foi dado o direito de ter dúvidas, de tomar alguns cuidados e, principalmente, de aprender sobre seu corpo, seu comportamento sexual e de respeitar as etapas do seu desenvolvimento pessoal. "Ninguém nasce sabendo fazer sexo. Isto se aprende da mesma forma que, por exemplo, se aprende a andar, a comer, a ler. Para fazer sexo, não é diferente! O garoto precisa descobrir o seu corpo, conhecer o seu funcionamento, treinar as atividades e carícias sexuais, ter informações, esclarecer suas dúvidas e obter algumas certezas quanto a sua normalidade física", observa o médico, que também é assistente estrangeiro da Faculdade de Medicina de Paris V – Hospital de la Pitié-Salpetrière. "A consulta ao urologista é fundamental nessa trajetória", diz.

O desenvolvimento do corpo do homem, durante a puberdade, acontece de forma desordenada, principalmente no que se refere aos genitais. As mudanças corporais geram muita angústia, timidez, insegurança, baixa auto-estima e até agressividade. "O adolescente é um poço de dúvidas, tanto faz se é menina ou menino... São dúvidas quanto o tamanho do pênis, sua forma, quanto à quantidade de pele, sobre as ereções matinais, sem contar o sofrimento de muitos em relação à produção, quantidade, eliminação e fertilidade do seu sêmen", afirma Ricardo de La Roca.


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