Aspectos botânicos: Planta herbácea perene, da família das Asteráceas, apresenta um talo piloso ereto, com altura entre 30 e 80 cm; folhas pecioladas, verde-amareladas, alternadas, com 3 a 7 pares de segmentos e inciso denteado; flores em grupos de até 30, linguadas, com um forte aroma ácido, e que aparecem durante o verão.
Natural da região dos Balcans (Grécia, Albânia, antiga Yugoslávia), espalhada por praticamente toda a Europa. O gênero Tanacetum compreende quase 70 espécies de plantas anuais e perenes, incluindo membros da família das margaridas.
As abelhas são repelidas pelo tanaceto, não se recomendando portanto seu cultivo junto com espécies que necessitem da polinização apícola.
Nomes comuns: Tanaceto, crisântemo de jardim, matricaria, margaza, feverfew (Ingl), tannaise commune (França);
Histórico: O Tanaceto fez parte de rituais para celebração da Páscoa no Reino Unido, como erva purificadora depois do jejum da quaresma, assim como símbolo das ervas amargas da Páscoa dos Hebreus.
O nome Tanacetum deriva do grego athanasia, que significa imortalidade, em alusão a duração das flores desta espécie. O termo parthenium vem da alusão do historiador grego Plutarco, que relatou que um dos construtores do Parténon, curou-se de uma intensa cefaléia com esta espécie.
Antigamente foi muito empregado para tratar a febre, assim como processos reumáticos, cólicas menstruais, epigastralgias, tonturas e picadas de insetos.
Em 1655, John Goodyear realizou a primeira tradução do livro de Dioscórides, escrito no século I na Grécia, onde o Tanaceto era mencionado por sua utilidade em casos de melancolia e dores de cabeça.
No século XIX, seu emprego foi aconselhado por médicos americanos para promover a menstruação e tratar os sintomas psíquicos da TPM (tensão pré-menstrual). A partir de 1980, diversos estudos sobre seu mecanismo de ação foram publicados em diversas revistas médicas de respeito, como ‘The Lancet’ e ‘British Medical Journal’.
Usos terapêuticos: Especialmente indicado em casos de enxaqueca, como preventivo nas inter-crises, reduzindo a freqüência e a intensidade das mesmas, melhorando inclusive os sintomas neurovegetativos, como náuseas, vômitos, tonturas, etc, por meio de vários mecanismos de atividade (espasmolítica, serotoninérgica, inibidora da agregação plaquetária), atuando ainda como anti-hipertensivo, anti-espasmódico, sedativo leve.
Princípios ativos: Óleos essenciais (0,2 a 0,6%), responsáveis pelo seu forte aroma (alfa-pineno, ácido cóstico, alcanfor, beta-farnesina); lactonas sesquiterpênicas (crisantemonina e partenólido e derivados, como hidróxi-partenólido, artemorina, canina, santamarina (balcanina); ácidos fenólicos, flavonóides, princípios amargos, fitosterina, ácido tânico, ácido antêmico e derivados acetilênicos na raiz.
Partes utilizadas: Partes aéreas.
Formas de uso e dosagem: Infusão da planta fresca a 2% - 2 a 3 xícaras/dia (sabor desagradável e picante); extrato seco padronizado com o mínimo de 0,1 a 0,2% de partenólidos : 200-500 mg até 3X/dia.
Tempo de uso: Permite o uso prolongado desde que de forma descontínua, pois não pode ser considerada totalmente isenta de efeitos colaterais à longo prazo.
Efeitos colaterais: Dermatites de contato, dor abdominal e úlceras de mucosa oral com o uso da planta fresca; doses muito elevadas e por tempo prolongado podem levar a convulsões.
Contra-indicações: Gestação e lactação; crianças menores de dois anos; pacientes em uso de anti-coagulantes.
Lembramos, que as informações aqui contidas, terão apenas finalidade informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados.
Fontes principais de consulta: ‘Tratado de fitomedicina - bases clínicas e farmacológicas’ Dr. Jorge R. Alonso - editora Isis . 1998 - Buenos Aires - Argentina.
RUI CÉPIL DINIZ é médico especialista em Fitomedicina e Saúde da Família, responsável pelo Programa Municipal de Fitoterapia (e-mail: [email protected] e telefone: 43-3321-0652).