A tensão pré-menstrual (TPM) é um dos temas mais frequentes quando o assunto é saúde e comportamento feminino. As mulheres têm as suas histórias para contar e os homens, as piadinhas a respeito, além de um certo receio. Mas por que a TPM aparece e quais as soluções para diminuir o desconforto?
Em geral, a TPM acontece antes da menstruação e está relacionada à queda abrupta dos níveis hormonais, que serão responsáveis pela menstruação. Parece haver uma íntima relação entre os hormônios sexuais femininos, as endorfinas (substâncias naturais ligadas à sensação de prazer) e os neurotransmissores, como a serotonina, que explicam os sintomas e sua severidade em cerca de 8% das mulheres.
A mulher com TPM não necessariamente sofre de cólicas menstruais. As cólicas podem estar relacionadas a outros problemas, como endometriose, por exemplo, mas não representam sintomas típicos de TPM.
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Os mais comuns são a irritabilidade, alteração de humor, depressão, ansiedade, dores nas mamas, aumento do apetite (principalmente relacionado ao consumo de doces), dores de cabeça, inchaço no corpo. Outros como distúrbios do sono, cansaço, dificuldade de concentração, dores musculares e ganho de peso podem estar presentes.
A compulsão de ingerir doces durante a TPM está ligada a uma alteração dos neurotransmissores cerebrais, principalmente a serotonina, o que gera uma alteração no centro de controle do apetite, causando este sintoma.
Para evitar ou diminuir as mudanças bruscas no humor, o ideal é manter uma vida equilibrada e realizar exercícios físicos aeróbicos regulares. Sabe-se que a prática dos exercícios, além de aliviar o estresse, mantém os níveis hormonais mais estáveis, evitando alterações bruscas de humor.
Atualmente, a utilização de métodos hormonais que bloqueiam a menstruação, como o sistema intra-uterino medicado com progesterona (Mirena) e o uso de pílulas contraceptivas de última geração, que apresentam hormônio com efeito diurético (Yaz), têm sido consideradas as novas armas no combate a esta afecção.
Rosa Maria Neme, ginecologista (São Paulo)