Plantas Medicinais

MARCELA - Achyrocline satureioides

14 mai 2006 às 17:28

Aspectos agronômicos: Planta da família Asteraceae, nativa do Sul do Brasil, incluindo regiões serranas de São Paulo, Minas Gerais (Gavinales & Brandão, 1998) até o Uruguai, Paraguai e Argentina. Ocorre também na Bolívia e mais ao Norte incluindo Venezuela, principalmente entre altitudes de 2.000 a 2.600 m. (Morton, 1981).

Nomes comuns: Alecrim da parede, botonera, camomila nacional, carrapichinho de agulha, chá de lagoa, losna do mato (MG), macela, marcelinha, macela amarela, macela da terra, macela do campo, macela hembra, macela do sertão, mirabira.


Erva anual a bienal, de clima subtropical de altitude a temperado. Desenvolve-se na primavera-verão, florescendo no outono. Necessita de dias curtos e amplitude térmica para florescer.


É pouco exigente em relação ao solo, mas prefere solos profundos e bem drenados. Tolera ampla faixa de pH, desde 4,0 até 6,5. Não responde a aplicação de adubação orgânica para produção de flores.


Propaga-se por sementes ou por estacas:


- As sementes são muito pequenas e necessitam de quebra de dormência com 24 horas de temperatura a 4º C (Ikuta & Barros, 1996). Para semeadura a campo ou canteiro, deve-se misturar pó de serra na proporção de 1:10.


- Estacas colhidas em outubro, na pré-floração e tratadas com solução de 0,01% de ANA (Ácido Naftaleno Acético) ou com solução de IBA (Ácido Indol Butírico) a 0,1 ou 0,5% e colocadas em areia (Mathe, 1993).


No plantio a lanço, distribuir na superfície do solo, fileira contínua da mistura semente/pó de serra, espaçando 40 a 50 cm entre as fileiras. Após a distribuição deve-se compactar a semente.


Atinge até 1,5 m de altura, mas fica geralmente entre 60 e 120 cm.


Início da colheita variável dependendo do período de plantio e da emergência, geralmente após seis meses inicia-se a colheita, estendendo-se por três meses. Plantios em outubro, coleta-se em março/abril.


Rendimento de 400 a 500 quilos (kg) de flores secas/ha. Pode-se chegar entretanto a até 1,2 t/ha, em condições de boa cobertura (distribuição espacial) na área.


A temperatura de secagem não deve exceder 55º C.


Usos terapêuticos: Antiinflamatório, calmante, antidiarreico, bactericida, antiespasmódico, digestivo, carminativo, relaxante muscular.


Princípios ativos: Óleos essenciais (alfa-pineno, cimeno, cineol e cariofileno), flavonóides (quercetina, luteolina, galangina), saponinas terpênicas.


Partes utilizadas: Flores.


Formas de uso e dosagem: Chá por infusão: 10 g de flores secas/litro de água - 3 a 4 xícaras ao dia, preferencialmente às refeições para distúrbios digestivos; 30 g de flores secas/litro de água - para aplicações em banhos e compressas;


Formas farmacêuticas: Tinturas, xampus e sabonetes; usada popularmente para a confecção de travesseiros, pelo seu efeito aromático.


Tempo de uso: Pelo tempo que se fizer necessário.


Efeitos colaterais: Não relatados na literatura, quando utilizada de forma adequada.


Contra-indicações: Gravidez, pelo efeito miorelaxante.


Lembramos, que as informações aqui contidas, terão apenas finalidade informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados.

Fonte principal de consulta: ‘Cultivo de plantas aromáticas e medicinais’ - IAPAR - Autor: Eng. Agr. Paulo Guilherme F. Ribeiro; Co-autor: Rui Cépil Diniz (Médico)- Livro em fase de conclusão para publicação.


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