Aspectos botânicos: - Planta da família Compositae (compostas). Planta pequena, de até 35 cm, caracterizada por apresentar um rizoma cônico, curto e ramificado, de sabor agridoce. Folhas de sabor amargo, denteadas, que formam uma roseta basal de onde partem os talos floríferos, coroados por um capítulo amarelo. A floração ocorre no final da primavera e início do verão. Original da Europa e Ásia, disseminado atualmente em todo o mundo. Cresce em solos úmidos e ricos em nitrogênio, em altitudes de até 2.000 metros, e é considerada uma erva invasora.
Nomes comuns: - Dente de leão, taraxaco, chicória amarga, almeirão, seraalha (Port.), dandelion (Ingl.), piss em lit (França), soffione (Itália);
Histórico: - Sua denominação popular, vem da forma de sua folhas, recortadas em forma de dentes agudos e curvos. O termo taraxacum (‘eu retiro’), vem de seu poder laxativo. A mitologia dizia que as folhas do dente de leão deveriam ser mastigadas por aqueles que cruzassem o rio Styx, que separaria o inferno da terra. A partir do século XI foi reconhecida como planta medicinal em escritos árabes. É considerada uma das plantas mais ativas e seguras como diurética e uma das melhores para tratar transtornos hepáticos.
Curiosidades: - As flores do dente de leão se abrem aproximadamente às cinco da manhã e se fecham no final da tarde, sendo por isso chamada pelos suíços de relógio de pastor. Existe ainda a crença de que quando suas sementes saem voando na ausência de vento, seria um indicativo de chuva eminente. Suas sementes amadurecidas, são sopradas pelas crianças em jogos e brincadeiras, podendo alcançar grandes distâncias, devido a seu peso diminuto.
Usos terapêuticos: - Problemas digestivos e hepáticos em geral (litíase biliar, cirrose hepática, icterícia, dispepsias, obstipação intestinal), diurético (poupador de potássio), antioxidante (rico em zinco) e coadjuvante no tratamento da obesidade, diabetes e desordens reumáticas.
Princípios ativos: - Derivados terpênicos, esteróis, flavonóides, ácidos cafeico e cítrico, vitaminas A, B1, C, PP, D; resinas, ácidos graxos, aminoácidos, saponinas, taninos, minerais, princípio amargo (taraxacina), inulina, glicosídeo (taraxacosídeo).
Partes utilizadas: - Folhas e raízes.
Formas de uso e dosagem:
Uso interno: folhas frescas podem ser utilizadas em saladas verdes;
folhas secas: 4 a 10 gr 3x/dia, por infusão; infuso: 10 g de folhas por litro de água - 3 xícaras de chá/dia;
raiz pulverizada: 01 g por dose, até 4 g/dia; extrato fluído: 30 gotas, 3 a 4 vezes ao dia;
tintura mãe (raiz + folhas): 50 gotas 3X/dia; decocto: 2 a 3 colheres de chá das raízes em 250 ml de água, 3 xícaras/dia;
tintura (1:5): 5 a 10 ml em 25% de álcool de cereais 3X/dia.
Tempo de uso: - Pelo tempo que se fizer necessário.
Efeitos colaterais: - Não relatados nas doses terapêuticas; pode ocorrer dermatites de contato (alergias) em pessoas sensíveis, devido às lactonas sesquiterpênicas.
Contra-indicações: - Gravidez (apesar de não haver contra-indicações formais encontradas na literatura, devemos evitar seu uso em gestantes, pela sua capacidade de provocar contrações da vesícula biliar e possivelmente uterinas), pacientes com oclusão das vias biliares. Evitar o uso em crianças, pois pode causar irritação do trato gastrointestinal em doses elevadas.
Lembramos, que as informações aqui contidas, terão apenas finalidade informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados.
Fontes principais de consulta: ‘Herbarium compêndio de fitoterapia’ / Magrid Teske; Anny Margaly Maciel Trentini. 4. ed. Curitiba. ‘Tratado de fitomedicina - bases clínicas e farma-cológicas’ Dr. Jorge R. Alonso - editora Isis . 1998 - Buenos Aires - Argentina.
Rui Cépil Diniz