Plantas Medicinais

Denominações populares podem confundir

11 mar 2006 às 10:39

É muito comum, nas denominações populares das plantas medicinais, o uso dos termos verdadeira ou falsa, o que chega quase a irritar o Dr. Cyrino Correa Júnior, responsável pelas Plantas medicinais e Aromáticas da EMATER (e olha que irritá-lo não é fácil mesmo), como por exemplo, falsa melissa, melissa verdadeira, falso açafrão, e outros termos.

Além disso, uma mesma planta pode ter diversos nomes populares, o que certamente dificulta em muito sua identificação, e consequentemente, seu uso adequado.


Temos recomendado então, que se evitem estas denominações imprecisas, preferindo sempre citar o nome científico da planta em questão. Mas para não perder o costume, citamos em nossas palestras e artigos, sempre o nome popular mais conhecido de cada planta, seguido obrigatoriamente do seu nome científico, e sempre insistimos que os interessados no assunto, devem se familiarizar com as denominações corretas, mesmo que à princípio possa parecer difícil, o que certamente não é.


Hoje, a planta abordada será a Melissa, planta de grande potencial terapêutico, porém de utilização ainda modesta em nosso meio.


Lembramos, que as informações aqui contidas, terão apenas finalidade informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados.


MELISSA - Melissa officinalis.


Aspectos agronômicos:
Planta da família Lamiaceae, nativa do Oriente Médio e Mediterrâneo, e Sul da Europa. Introduzida e aclimatada nas Américas, é cultivada nos EUA, desde o Maine até a Georgia e Missouri, e em regiões subtropicais da América Latina, como Colômbia, Venezuela, Argentina e Brasil. Erva perene, de clima temperado a subtropical, desenvolve-se bem sob sol pleno, não tolera temperaturas muito elevadas ou alta umidade relativa do ar. Com média tolerância a geadas e exigente em disponibilidade hídrica no solo.


Requer solos bem drenados, com boa fertilidade e bom teor de matéria orgânica.


Pode ser propagada por sementes, que são muito pequenas, o que dificulta sua distribuição, ou por divisão de touceiras. Plantio de setembro a janeiro, direto no campo, efetuando-se irrigações diárias, até o enraizamento.


O espaçamento deve ser de 30 x 30 entrelinhas até 40 x 40 cm. Pode atingir de 30 a 50 cm de altura.


Início da colheita em 06 meses após o plantio no campo, cortando-se 10 cm acima do solo. Deve-se optar pelo corte na parte da manhã para reduzir as perdas de óleos voláteis (Adzet et al., 1992), sendo possível efetuar até três cortes/ano. Rendimento de 1,5 a 2,5 t/ha/ano de folhas secas. O teor de óleo essencial varia de 0,2 a 0,3%, mas pode chegar a 0,5% com melhoramento genético (Adzet et al., 1992).


A temperatura máxima de secagem das folhas não deve exceder os 45ºC.


OBS.: A área de plantio deve ser renovada a cada três a quatro anos.


Usos terapêuticos: Internamente como calmante, sedativo, digestivo, antiespasmódico (contra cólicas), carminativo (contra gases), hipotensor. Externamente, em compressas, para picadas de inseto e entupimento das mamas.


Princípios ativos: Óleos essenciais (citral, citronelal), alcóois (citranelol, linalol, geraniol), ácidos rosmarínico, cafeico, clorogênico, ursólico e oleânico, taninos, glicosídeos e resinas.


Partes utilizadas: Folhas e flores.


Formas de uso e dosagem: Chá por infusão: 30 a 70 grs/litro de água - 3 xícaras/dia;


Formas farmacêuticas: Extratos, tinturas.


Tempo de uso: Pelo tempo que se fizer necessário.
Efeitos colaterais: Sonolência, hipotensão arterial em altas doses (principalmente na utilização da essência); não relatados nas dosagens recomendadas.


Contra indicações: Não há referências na literatura consultada. Evitar o uso no primeiro trimestre da gestação.

Fonte principal de consulta: ''Cultivo de plantas aromáticas e medicinais'' - IAPAR - Autor: Eng. Agr. Paulo Guilherme F. Ribeiro; Co-autor: Rui Cépil Diniz (Médico)- Livro em fase de conclusão para publicação.


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