Aspectos agronômicos:
Planta da família Asteraceae (Compositae), nativa da América Latina, desde o sul do México até a Argentina. Ocorre desde o nível do mar, até 2.200 metros (m) de altitude.
Nomes comuns: Carqueja, carqueja-amargosa, bacanta, bacórida, quina-de-condamine, cacália-amarga, tiririca-de-babado (Ba), vassoura-de-botão.
Erva perene de clima tropical de altitude a subtropical. Encontra-se disseminada por quase todo o Brasil, concentrando-se ao Sul do País (Correa et al., 1991). Tolera geadas, mas não se desenvolve bem com elevada umidade relativa do ar.
Espécie típica de solos ácidos e de baixa fertilidade, prefere boa drenagem (pH adequado entre 4,0 e 5,0), e responde bem a adubação orgânica, com vegetação exuberante. Baixa exigência quanto à irrigação, mas desenvolve-se bem quando o solo está próximo à capacidade de campo.
Propaga-se por estaquias dos ramos mais novos (com 15 a 20 cm). O plantio das estacas deve ser feito em saquinhos, para facilitar a irrigação e melhorar o pegamento. O plantio a campo pode se dar de setembro a janeiro. Outra opção é deixar as estacas na água até formar calo, cuidando-se em trocar a água frequentemente. Quando aparecerem as primeiras raízes, levar para o campo com raiz nua, com o solo bem úmido.
O espaçamento deve ser de 0,40 X 1 metro (ajustado ao porte da planta e a forma de condução); carqueja fina (B. Articulata): 1 x 1 m - espécie de porte alto; carqueja grossa: 0,40 a 0,50 X 1 m - formação de moitas. Pode atingir até 2 a 3 m de altura (carqueja fina), e até 1 a 1,5 m (carqueja grossa).
Início da colheita: seis meses após o plantio no campo. A temperatura de secagem não deve ultrapassar os 45º C.
Uma observação: a carqueja pode ser hospedeira de nematóides, como o Meloidogyne hapla e M. incognita (Prosdócimo & Lozano, 1998).
Usos terapêuticos: tônico hepático, colagogo, digestivo, diurético, hipoglicemiante, redutor do colesterol, auxiliar em tratamentos de obesidade.
Princípios ativos: lactonas, flavonóides, saponinas, esteróides, polifenóis, taninos, óleos essenciais (entre eles o carquejol, cardineno, pineno e eledol.).
Partes utilizadas: toda a parte aérea, principalmente as folhas.
Formas de uso e dosagem: uso interno: chás (infusão ou decocto) - 25 gr/litro de água - 2 xícaras ao dia; tintura - 5 a 25 ml/dia; extrato fluido - 1 a 5 ml/dia.
Tempo de uso: Pode ser utilizado por até três meses continuados.
Efeitos colaterais: hipoglicemia.
Contra-indicações: gravidez.
Lembramos, que as informações aqui contidas, terão apenas finalidade informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados.
Fonte principal de consulta: ''Cultivo de plantas aromáticas e medicinais'' - IAPAR - Autor: Eng. Agr. Paulo Guilherme F. Ribeiro; Co-autor: Rui Cépil Diniz (Médico)- Livro em fase de conclusão para publicação.