Um novo e atualizado guia clínico para a ingestão de vitamina D no tratamento e prevenção contra a osteoporose foi publicado nesta semana na edição online do Canadian Medical Association Journal (CMAJ) pelo Dr. David Hankey, chefe de pesquisa e professor da University of Calgary Faculty of Medicine, no Canadá. As novas orientações recomendam uma dose diária de até 25 microgramas (400 a 1000 UI) para adultos abaixo de 50 anos, sem osteoporose ou condições que afetem absorção de vitamina D. Já para indivíduos com mais de 50 anos, o consumo recomendável deve ser de no máximo 50 microgramas (800 a 2000 UI). Doses maiores que esta requerem supervisão médica.
Até agora, a ingestão recomendada pelo U.S. Dietary Reference Intake para crianças e adultos até 50 anos era de cinco microgramas por dia (200 UI/dia). A recomendação aumentava para 10 microgramas/dia (400 UI/dia) para pessoas entre 50-71 anos de idade e para 15 microgramas/dia para idosos acima dos 70 anos. Para saber como ingerir corretamente essas doses, vale ficar atento aos rótulos dos alimentos.
A vitamina D é essencial para o tratamento da osteoporose, pois ela promove a absorção de cálcio da dieta, nutriente necessário para o crescimento normal dos ossos. Algumas pesquisas sugerem que a vitamina também ajuda a combater doenças autoimunes, infecções e câncer. "As recomendações no uso de vitamina D são feitas pela Osteoporosis Canada's (OC) há mais de 10 anos, e desde então, têm incentivado muitos novos e excitantes estudos nesta área", comemora Hanley.
Inverno
Existe o risco de deficiência de vitamina D durante o inverno, pois os raios solares nesta época não permitem a produção adequada de vitamina D. "Também devido a necessidade individual da vitamina, que pode variar consideravelmente, é muito importante consultar um profissional sobre a quantidade que cada um precisa", afirma Julie Foley, presidente da Osteoporosis Canada.
A vitamina D, também conhecida com vitamina da luz do sol, é obtida principalmente pela exposição da pele ao sol. Entretanto, quando a exposição não é suficiente, suplementos são necessários para obter os níveis adequados da vitamina, pois na dieta pessoal esta ingestão pode ser mínima.
Embora a atualização do guia anterior, que era de 2002, tenha sido feita com base nestas novas pesquisas, o autor ainda concluiu com o reconhecimento da necessidade de pesquisas a fim de aperfeiçoar as doses e os limites para a ingestão de vitamina D no tratamento e prevenção da osteoporose.
Controle da pressão
Segundo os pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, a Vitamina D também é importante no controle da pressão arterial. Isso ocorre porque a vitamina é a principal responsável pelo controle do enrijecimento das artérias que eleva a pressão nas mulheres. Com a falta da vitamina, o organismo feminino faz um esforço três vezes maior para manter seu equilíbrio circulatório e acaba sobrecarregando algumas funções como a irrigação das artérias, o que gera um aumento na pressão e desconfortos, como tontura e transpiração excessiva.
A deficiência do nutriente também está associada à depressão. Pesquisadores da Universidade Vrije, da Holanda, estudaram 1.282 pessoas entre 65 a 95 anos, das quais 169 sofriam de depressão leve. A taxa de vitamina D nas pessoas deprimidas era 14% menor que a observada nos demais idosos, segundo o trabalho. O endocrinologista da Unifesp, Pedro Saddi, explica que a falta de vitamina D aumenta o nível do hormônio da paratiroide, chamado PTH, que tem uma relação indireta com alterações no humor e apatia, que são sintomas associados à depressão.
Ela é fundamental
A vitamina D tem sido destaque em vários estudos científicos, devido ao seu poder para combater a pressão arterial, controlar o peso e afastar o risco de tumores. Ela pode ser encontrada no leite, no salmão, sardinha, óleo de fígado de peixe, cogumelo, ovos e alguns cereais que são fortificados com essa vitamina.
Para manter os níveis adequados dessa vitamina é recomendável tomar sol de 10 a 15 minutos duas vezes ao dia, pois a luz solar é uma das principais fontes de absorção do nutriente. O responsável por esse estímulo é ninguém menos que o raio UVB que, apesar de perigoso em doses exageradas, é necessário à saúde. "Em algumas épocas a exposição aos raios solares é menor, o que desfavorece a síntese de vitamina D", afirma a dermatologista Daniela Taniguchi. Desta forma, é importante para pessoas com limitação de exposição ao sol incluir boas fontes de vitamina D na dieta.
Além de ser vital para regular a pressão arterial, a vitamina D entra em ação para absorver o cálcio e o fósforo. Tanto que, em falta, pode levar ao raquitismo infantil, deformidade nos ossos e à baixa estatura. Os adultos com deficiência da vitamina sofrem com a osteomalácia, doença caracterizada pelo amolecimento dos ossos e deformidade. Essa vitamina ainda participa da diferenciação celular e inibe a proliferação das células. Junto com a mutação, a proliferação celular pode ocasionar doenças como o câncer.
A vitamina D também fortalece nosso sistema auto-imune e atua na secreção de insulina. Alguns estudos sugerem que a deficiência da vitamina pode levar ao prejuízo na secreção deste hormônio, o que poderia causar intolerância à glicose. A Vitamina D é produzida na pele, mas é ativada pelos rins. "Doentes com insuficiência renal necessitam de suplementos dessa vitamina", segundo a nutricionista Cristiane Mara Cedro. (Fonte: Minha Vida, Saúde Alimentação e Bem-estar)