O uso inadequado de suplementos alimentares pode gerar sobrecargas de nutrientes no organismo, causando uma série de complicações à saúde. Frequentemente utilizados por jovens e esportistas que querem ficar com os músculos mais definidos, os suplementos só devem ser adotados após avaliação de profissional especializado e sob acompanhamento do médico ou nutricionista.
De acordo com Silvana Vertematti, cardiopediatra e médica do esporte do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, os suplementos alimentares têm a função de suplementar a dieta normal e fornecer nutrientes essenciais para o organismo como proteínas, carboidratos e vitaminas. Fornecem energia e resistência, além de atuar na recuperação muscular e definição corporal.
O problema é que o suplemento pode gerar sobrecarga do metabolismo e afetar órgãos como rim e fígado. Kátia Terumi Ushiama, nutricionista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, alerta para uma situação perigosa que acontece com frequência quando uma pessoa toma um suplemento hiperproteico por conta própria esperando ganhar massa muscular. "Caso essa pessoa já tenha na alimentação a quantidade adequada de proteínas, o suplemento pode gerar sobrecarga", diz.
De acordo com a especialista, há o risco de sobrecarga do metabolismo, especialmente em relação aos suplementos polivitamínicos e de proteína. Os órgãos mais afetados são: o rim, que realiza a filtração do sangue e produz a urina, já que esses suplementos podem elevar a formação de substâncias tóxicas como ureia e amônia; e o fígado, que é o órgão "laboratório" do corpo, local onde todos os compostos químicos passam, e o excesso desse contato pode inflamá-lo.
Além disso, o suplemento não substitui nenhuma substância da dieta: deve ser usado juntamente com a dieta e nunca substitui-la. São indicados principalmente para indivíduos portadores de doenças, pois muitas vezes complementam a alimentação de acordo com necessidades específicas. Há suplementos energéticos ou hipercalóricos, que apresentam um elevado valor calórico, por exemplo, e são utilizados para aumentar a ingestão calórica de pacientes em casos de inapetência, baixo peso ou doenças que promovem perda de peso como o câncer.
De acordo com a nutricionista, há ainda os riscos de contaminação dos produtos. "Muitas vezes o rótulo não mostra, mas o suplemento pode conter anabolizantes, que causam sintomas como aumento da frequência cardíaca e estimulam o sistema nervoso central", diz.
Saiba mais sobre suplementos
I - Suplemento hidroeletrolítico: produto destinado a auxiliar a hidratação; reposição de fluidos, para evitar a desidratação.
II - Suplemento energético: produto destinado a complementar as necessidades energéticas; um exemplo disso são os carboidratos. Ajudam na reposição de energia e recuperação muscular pós exercício.
III - Suplemento proteico: produto destinado a complementar as necessidades proteicas; Podem ser utilizados em portadores de doenças que necessitam um aporte maior de proteínas (como câncer), pacientes submetidos a grandes cirurgias, e que necessitam de proteínas para a cicatrização. Também podem ser utilizados para atletas para auxiliar na hipertrofia muscular, e, nesse caso, somente com prescrição de um profissional habilitado.
IV - Suplementos Hidrolisados: são formulações adaptadas com nutrientes alterados quimicamente em relação à sua complexidade de digestão. Também se incluem nesse grupo as formulações que excluem alguns nutrientes. São indicados para situações de patologias (doenças) que podem levar a dificuldades na digestão e/ou absorção de determinados nutrientes. Ex: doenças que promovem diarreia; alergias alimentares; cirurgias que ressecam partes do estômago e/ou intestino.
V - Suplemento para substituição parcial de refeições: produto destinado a complementar as refeições em situações nas quais o acesso a alimentos que compõem a alimentação habitual seja restrito;
VI - Suplemento de creatina: produto destinado a complementar os estoques endógenos de creatina;
VII - Suplemento de cafeína: produto destinado a aumentar a resistência aeróbia em exercícios físicos de longa duração;
VIII - PDCAAS (Protein Digestibility Corrected Amino Acid Score): aminoacídico corrigido pela digestibilidade da proteína para a determinação de sua qualidade biológica.
Serviço:
Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos (www.hpev.com.br)