O transtorno do comportamento alimentar é uma síndrome que traz um quadro complexo e delicado, visto que o seu tratamento envolve atuação multidisciplinar.
O comer não está apenas associado à necessidade de nutrição do corpo, mas também a um ato de prazer e agrado. A possibilidade de desenvolver um transtorno de comer compulsivo se inicia na vida do indivíduo ainda jovem e se estende ao longo da vida, levando-o a comprometer seu estado nutricional e emocional.
Alguns aspectos que identificam o transtorno de comer compulsivo são: em um curto período de tempo, ingerir grande quantidade de alimento; ser incapaz de parar de comer mesmo percebendo que está saciado (repleto); comer mais rapidamente do que o normal; comer muito, mesmo sem fome; ter sentimento de culpa pelo que comeu excessivamente etc. Há, também, pessoas com este transtorno que possuem antecedentes familiares de obesidade, sobrepeso na infância e, ainda, famílias em constantes desentendimentos de relacionamentos.
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Sabe-se que as pessoas são perfeitamente capazes de comer motivadas por ocasiões festivas, por não saberem recusar um alimento oferecido, por confundirem a fome com a vontade específica de algum alimento ou por qualquer emoção. Tudo isto pode fazer o indivíduo confundir a adequação entre consumo e gasto energético e, assim, resultar em um exagero frequente de consumo de alimento. No transtorno de comer compulsivo, frequentemente, observam-se fatores emocionais, como: ansiedade, estresse, problemas de relacionamento pessoal, familiar, no trabalho.
É possível citar alguns fatores relacionados a este transtorno, como: alguma doença grave dos pais; agressão sexual ou abuso; rompimento de um relacionamento afetivo; perda de uma pessoa muito querida; separação dos pais, etc. A fragilidade do indivíduo diante desses fatores pode dar lugar ao início de um problema de transtorno alimentar compulsivo.
Devanira Domingues Demarque, psicóloga clínica