Uma queixa comum nos consultórios pediátricos é a recusa de comer das crianças. A ''fome'' das crianças e adolescentes depende da fase do crescimento em que se encontram. Os lactentes e adolescentes, por terem velocidade de crescimento aumentada, têm grande necessidade de nutrientes e apresentam, em geral, bom apetite. Essa velocidade diminui nas outras fases da vida, diminuindo assim as necessidades calóricas diárias. Por isso, a criança fica satisfeita com menor quantidade de alimentos, de acordo com a sua individualidade.
A alimentação da criança deve ser uma atividade prazerosa, sem repreensões, respeitando o seu apetite, não forçando a ingestão de mais do que ela suporta, ou de provar alimentos que não queira. Não se deve utilizar brinquedos ou TV no horário das refeições e barganhar a sobremesa ou o que a criança gosta em troca de determinados alimentos.
Em geral, se a criança está crescendo e ganhando peso adequadamente, provavelmente, não há com o que se preocupar. Por isso, a necessidade de um acompanhamento de rotina com o pediatra. O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria estabeleceram, para crianças menores de dois anos, 10 passos para uma alimentação saudável:
Leia mais:
Uso de creatina não é para todos e consumo em excesso pode ser prejudicial
Confira cinco mentiras sobre alimentação que sempre te contaram
Relatório aponta que 28% dos alimentos industrializados têm sódio em excesso
Conheça os nove nutrientes essenciais para evitar fome e cansaço pós-treino
1 - Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás;
2 - A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos ou mais;
3 - Após os 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, carnes, leguminosas, frutas), 3 vezes ao dia, se a criança receber leite materno; e 5 vezes ao dia se estiver desmamada;
4 - A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando a vontade da criança;
5 - A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher, começar com consistência pastosa e aumentar a consistência até chegar à alimentação da família;
6 - Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia;
7 - Estimular o consumo de frutas, verduras e legumes;
8 - Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes e outras guloseimas nos primeiros meses de vida; sal com moderação;
9 - Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos, assim como a conservação;
10 - Estimular a criança doente a se alimentar, oferecendo a alimentação habitual e respeitando sua aceitação.
Gina B. Schiavon, pediatra