Fabricada em laboratório com a finalidade de oferecer sabor inigualável aos alimentos, dar uniformidade e dilatar os limites de validade, a gordura trans não é senão a nossa velha e já conhecida gordura vegetal hidrogenada.
A hidrogenação se consuma quando, através de um processo químico bastante complexo, a gordura de origem vegetal, passa do seu estado líquido, para sólido. Por ser um produto de procedência vegetal, durante muito tempo manteve o status de saudável em relação às gorduras saturadas, de origem animal (carne vermelha, ovos, leite, entre outros alimentos); mas, há cerca de 50 anos ela começou a ser vista igualmente, como maléfica ao coração.
Qualquer excesso de gordura trans favorece o acúmulo de gordura visceral, ou seja, aquela que preenche as vísceras ou os órgãos entre si, levando à obesidade, onde a gordura é, em sua maioria, retida na barriga – o tipo andróide -, liberando subprodutos tóxicos, altamente prejudiciais a todo o organismo.
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Quando classificada como vegetal a gordura era considera saudável. Por que hoje, com o nome de gordura trans, ela é prejudicial?
Ao serem transformadas do estado líquido para o sólido, as moléculas dessa gordura vegetal sofrem uma recomposição em sua natureza básica, fazendo com que, ao ser ingeridas, ocasionem um estoque indesejável de LDL nas paredes das artérias coronarianas.
Além disso, ela é a grande responsável por reprimir proteínas fundamentais à produção do HDL, considerado o bom colesterol. É a gordura trans, ainda, que provoca o endurecimento dos vasos sanguíneos, impedindo-os de se dilatar (deixando-os com uma consistência semelhante ao plástico), ocasionando enfarte e derrames.
Como precisar o tamanho desse risco nos alimentos?
O consumo máximo diário deveria ser de dois gramas ao dia. Só de referência, quatro biscoitos do tipo waffer contem nada menos do que 2,1 gramas. Por isso, é necessário repensar o tipo de alimentação o qual estamos submetidos.
Alimentos campeões em gordura trans (em níveis assutadores...)
Antes, vale saber que o fatalismo de cortar tais alimentos da rotina não resolve. O melhor é a moderação e consumo consciente, sem maiores gulodices!
Encabeçam a lista os salgadinhos de pacote (chips) e bolachas recheadas. As batatas fritas não ficam muito atrás, pois na categoria nada saudável, quanto mais durinho e crocante, mais gordura trans possui.
Chocolates de diversos tipos e sabores quando não estiverem etiquetados como "diet", são deliciosamente recheados por esse tipo de gordura. Evite-os;
Bebidas achocolatadas, em geral, também fazem parte dessa lista, assim como todas as frituras oferecidas em cadeias fast-food;
Tortas e bolos recheados, massas folhadas, pipocas de microondas, requeijão cremoso, pães, temperos prontos (em pó ou tabletes), maionese e derivados, sopas e cremes semiprontos ou industrializados, ainda que na 'rabeira' da lista, mas primeira opção no supermercado, não deixam de ser perigosos, mas o controle é essencial.
Por último, vale destacar dois produtos bastante enganadores que estão em nossas mesas diariamente e constituem numa fonte extra de preocupação: a margarina e a manteiga, mesmo em versões light. A primeira, por que é uma gordura vegetal hidrogenada; a segunda por que é, simplesmente, um produto enganador, já que 50% do seu conteúdo é margarina.