Nutrição funcional. Um segmento de atuação da nutrição que cada vez mais vem ganhando espaço e adeptos. A alimentação é um dos fatores comportamentais que mais influencia a qualidade de vida. Cada vez mais é disseminada a confirmação de que uma alimentação adequada e equilibrada é fundamental para manter o organismo saudável e livre de doenças. "A nutrição funcional é a nutrição voltada à individualidade da pessoa. Visualiza o organismo como um todo identificando os sinais e sintomas que denunciam desequilíbrios orgânicos advindos da alimentação. Assim como um automóvel precisa do combustível adequado, cada organismo dependendo do seu estilo de vida, da sua herança genética, do período em que está passando, tem necessidades específicas que precisam ser supridas para o funcionamento adequado", comenta a nutricionista da Clínica Funcional Life, Jaqueline Minatti.
Um estudo publicado recentemente no journal Proceedings of the National Academy of Sciences mostrou que mães com dietas com baixas calorias correm maior risco de ter bebês com problemas comportamentais e baixo QI. A falta de nutrientes, principalmente no início da gestação, prejudica a formação de conexões neurais no feto. O efeito parece ser ainda pior em adolescentes grávidas – que ainda estão em fase de crescimento – e gestantes mais velhas, cuja placenta é menos eficiente no fornecimento de nutrientes para o bebê.
"Dependendo das características genéticas e do estilo de vida e alimentação da mãe, com o acompanhamento de um programa de nutrição funcional são identificados os principais nutrientes carênciais a serem supridos através da alimentação e por suplementação", destaca Jaqueline. "A mamãe é alertada quanto aos horários e tipos de alimentos que deve escolher para um desenvolvimento gestacional satisfatório. É também importante controlar um ganho de peso adequado, visto que ganhar quilos em excesso predispõe complicações como diabetes gestacional e eclâmpsia; além de ser complicada a recuperação do corpo da mulher pré-gestação", completa.
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A nutricionista destaca que outro importante ponto a ser é investigado é a microbiota (flora bacteriana) da gestante; uma vez que essa microbiota será passada à criança desde o nascimento e determinará se o filho será mais ou menos adaptado às proteínas alimentares, ou seja, se será mais ou menos alérgico aos alimentos.
Trimestre a trimestre
Cada trimestre gestacional mostra necessidades específicas. No primeiro trimestre, a mãe não precisa se preocupar em ingerir calorias a mais, consequentemente não precisa aumentar as quantidades dos alimentos; mas precisa se preocupar muito com a qualidade da alimentação, ou seja, consumir alimentos fontes de vitaminas, minerais e fitoquímicos, pois neste momento da gestação está ocorrendo a formação de todos os órgãos da criança, é um momento de muita replicação de DNA. A ingestão de bebidas alcoólicas, do fumo ou outras drogas, de agrotóxicos e contaminantes químicos (adoçantes principalmente), de remédios (sem orientação médica) comprovadamente prejudicam o desenvolvimento da criança.
No segundo e terceiro trimestres a criança já está toda formada, mas terminará seu desenvolvimento e ganhará peso. Nestas fases a mãe precisa aumentar um pouco a ingestão calórica, mas sempre se preocupando com a qualidade dos alimentos para o correto fornecimento tanto dos macro (proteínas, lipídeos, carboidratos) quanto dos micronutrientes (ferro, cálcio, magnésio, zinco, vitaminas, entre outros).
A mãe deve se preocupar com o desenvolvimento da criança, mas também deve se atentar para a saúde própria, uma vez que diversos problemas podem ser desencadeados na gestação: ganho de peso exagerado, diabetes, depressão pós-parto; e estes problemas podem refletir na saúde da criança também.
Acompanhamento após o parto
A boa nutrição da mãe também é muito importante na fase da amamentação, já que isso influencia inclusive na boa produção de leite. "Após o nascimento do bebê a mãe precisa continuar sendo orientada quanto a alimentação pois diversas substâncias que a mãe ingere são transferidas para a criança através do leite materno. Por exemplo, se a mãe ingere peixes, sementes, frutas, verduras, cereais integrais, estará passando ao seu filho vitaminas e óleos essenciais indispensáveis a maturação do sistema nervoso", ressalta a nutricionista da Clínica Funcional Life." Se essa mãe ingere apenas produtos industrializados, biscoitos, lanches, estará fornecendo desde então as gorduras trans pelo leite materno, que predispõe à obesidade e inflamações na criança", completa.
O que poucas pessoas sabem é que a nutrição funcional já pode ser utilizada para o bebê a partir do sexto mês de vida, pois é nessa fase que se inicia a introdução da alimentação complementar. "Esta alimentação precisa ser muito bem planejada pois trata-se de um organismo imaturo - os intestinos da criança só atingem a maturação com os 7 anos de idade. Antes disso, se os alimentos forem inseridos inadequadamente, a criança desenvolverá menor tolerância oral, ou seja, se sensibilizará muito facilmente com os alimentos (principalmente leite de vaca, glúten, sementes oleaginosas, ovos), levando a alergias crônicas que desencadeiam doenças futuras como: bronquites, sinusites, enxaquecas, gastrites, artrites, dermatites, obesidade, hipotireoidismos, diabetes, etc", finaliza Jaqueline.
Serviço:
www.funcionallife.com.br