Algum tempo atrás, doenças como hipertenção arterial, diabetes, colesterol alto e obesidade eram comuns apenas em adultos. Hoje, as crianças e adolescentes também são vítimas desse mal. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que a cada três crianças de cinco a nove anos de idade, uma está acima do peso recomendado.
Para o cardiologista Alexandre Alessi, do Hospital Nossa Senhora das Graças, os pais podem ser grandes aliados para prevenir as doenças, realizando pequenas ações. "Os pequenos devem ser incentivados a criar hábitos saudáveis, como ingerir menos sal, evitar lanches e doces, reduzir o peso e praticar regularmente exercícios físico", resssalta.
A hipertensão arterial ocorre principalmente na fase adulta, porém o número de crianças e adolescentes hipertensos aumenta a cada dia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), cerca de 5% da população, ou seja, 3,5 milhões de crianças e adolescentes brasileiros, com idade de até 18 anos, tenham a doença.
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Segundo o cardiologista, os casos de hipertenção arterial em crianças ocorriam apenas em situações mais raras, como doenças congênitas renais ou vasculares. "Hoje, toda criança com mais de 3 anos deve ter sua pressāo arterial medida. Se houver alterção e dependendo da causa da doença, a criança terá que se tratar até a fase adulta", explica Alessi.
Já o colesterol alto, por exemplo, é mais suscetível em pessoas obesas, diabéticas e com forte carga genética para alteração metabólica do colesterol. Para que os pequenos fiquem longe da doença, é necessário ter uma dieta balanceada, pois o colesterol está presente principalmente nos alimentos de origem animal e se consumido em exagero pode comprometer a saúde. "Ao consumirmos em quantidades maiores a gema de ovo, frutos do mar, carnes gordas, frios, embutidos, leite ou laticínios integrais podemos contribuir para o aumento do colesterol", aponta.
Outros nutrientes também devem ser ingeridos com cautela, como as gorduras saturadas e gordura trans. Por isso, o cardiologista recomenda às frutas, verduras, peixes, frango e carnes magras ou grelhadas.
Cuidados com a Diabtes tipo 2
Há 50 anos o diabetes tipo 2 representava menos de 3% de todos os novos casos diagnosticados entre crianças e adolescentes, segundo os dados da American Diabetes Association (ADA). Hoje, nos Estados Unidos, ele é responsável por até 30 em cada 100 casos. Já entre os adolescentes, a incidência do tipo 2 ultrapassa a casa dos 45% dos novos casos de diabetes, segundo um estudo publicado no Journal of Pediatrics.
Para o endocrinologista pediátrico Mauro Scharf, também do Hospital Nossa Senhora das Graças, a principal causa é o aumento das taxas de obesidade, principalmente obesidade severa, e a falta de atividade física. "A obesidade está crescendo entre crianças de todas as idades, em ambos os sexos, em todos os grupos étnicos e classes sociais. Com o aumento das taxas de obesidade, maior a probabilidade de mais diagnósticos desta doença", destaca.
Para que os pais possam ajudar os filhos a reduzir o risco do diabetes é necessário instituir tarefas em casa. "Uma das sugestões é limitar a televisão e separá-la da hora das refeições, a fim de evitar a associação. É recomendável também uma conversa com o pediatra, caso exista um histórico ou suspeita do diabetes 2 na família", orienta Scharf.