Uma substância encontrada no chá verde pode ser o caminho para o desenvolvimento de um composto eficaz para combater a erosão dentária. Na Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), da USP, pesquisadores realizam testes em que demonstram a eficácia da catequina (nutriente de ação antioxidante encontrada no chá verde) como inibidora das metaloproteinases da matriz (MMP). Essas enzimas, quando ativadas, são responsáveis pela erosão da dentina, a camada mais interna do dente. Os principais sintomas são dor e sensibilidade em casos mais avançados.
A professora Marilia Buzalaf, do Departamento de Ciências Biológicas, que coordena o estudo na FOB, explica que a MMP é ativada pelo pH ácido encontrado em alguns alimentos e líquidos consumidos. "Há uma grande redução na prevalência de cáries no Brasil e no mundo nos últimos anos, por causa de um maior cuidado com a saúde bucal e utilização de fluoretos", afirma.
"Dessa maneira, os dentes ficam na boca por mais tempo, tornando-se sujeitos a outros tipos de patologias, como a erosão dentária. Para isso, contribui a mudança nos hábitos alimentares da população. A erosão é causada principalmente por ácidos de origem não-bacteriana presentes em refrigerantes, sucos e frutas ácidas, além dos ácidos de origem gástrica", explica Marilia.
Leia mais:
'Caso Panetone' reacende debate sobre contagem de calorias e terrorismo nutricional nas redes
Uso de creatina não é para todos e consumo em excesso pode ser prejudicial
Confira cinco mentiras sobre alimentação que sempre te contaram
Relatório aponta que 28% dos alimentos industrializados têm sódio em excesso
Uma das substâncias testadas pelos pesquisadores como inibidores da MMP é a epigalocatequina galate (EGCG), um flavonoide que também é encontrado no chá verde. "Nos testes com a EGCG purificada, encontramos resultados um pouco melhores que aqueles obtidos para o chá verde", destaca a professora, ressaltando que essa substância encontrada no chá verde já era estudada para outras patologias, como o câncer (com agência USP).