É fato que um lanche saboroso, com bacon e queijo derretido, ou um bolo de chocolate com uma generosa cobertura são muito mais atrativos que um prato de alface e tomate. Mas, afinal, por que não temos a mesma empolgação ao comer alimentos mais leves e saudáveis? Em busca dessa resposta, uma recente pesquisa realizada na Universidade Diderot de Paris, chegou a conclusão de que os triglicerídeos, componentes gordurosos dos alimentos, parecem agir no cérebro diretamente no mesmo local (circuito) em que agem as drogas, gerando o vício.
Quem explica melhor essa constatação é Fábio Cardoso, especialista em medicina preventiva, longevidade e emagrecimento. Segundo ele, cientistas já conseguiram demonstrar que variações nas concentrações sanguíneas desses triglicerídeos estão ligadas à busca por alimentos e seu consumo, ou seja, quando a concentração dessas substâncias baixa, a fome aparece. Mas trata-se de uma 'fome' específica para aquilo que está em falta, no caso, gordura e açúcar.
Esta figura de uma ressonância magnética com fluorescência evidencia uma região do cérebro chamada nucleus accumbens, conhecida por estar envolvida nos processos de motivação e recompensa. O exame, feito no momento em que os níveis sanguíneos de triglicerídeos estavam em baixa, mostra que há um estímulo desta área, gerando nos "viciados" a necessidade de comer alimentos com triglicerídeos, carboidratos ou açúcar.
Segundo Cardoso, "entender a ação viciante e estimuladora dos lipídeos e açúcares e a procura de prazer através da comida, ajuda a compreender melhor as causas de alguns comportamentos alimentares compulsivos e também da obesidade. E reforça aquilo que sempre falamos: prevenir é melhor que tratar". Confira a seguir algumas dicas do especialista para evitar cair nessa tentação: