Nos dias frios do inverno o corpo precisa trabalhar para manter a temperatura interna e o apetite costuma aumentar, ou pelo menos, a vontade de comer. "O organismo precisa se adaptar à temperatura ambiente para realizar todas as suas funções metabólicas e isso gasta mais energia, dando a sensação de que precisamos de mais comida", explica a nutricionista Juliana Garcia. Mas é só a sensação. Por isso, comer demais ou ingerir alimentos mais calóricos são atitudes proibidas também nesta estação. Juliana explica que de acordo com estudos recentes, o aumento da demanda energética no inverno não é tão significativo para justificar o consumo exagerado de alimentos.
Uma das principais causas do aumento do consumo está ligada ao aspecto emocional da alimentação. "A comida não remete apenas à saciedade, mas também ao aconchego e ao prazer", esclarece. Por isso as pessoas acham que a melhor opção no inverno é ficar debaixo das cobertas e deliciar-se com algo quentinho, gostoso e, geralmente, cheio de calorias.
Como o organismo não necessita de tanta energia a mais nos dias frios, muitas pessoas tendem a engordar nessa época porque consomem mais alimentos do que necessitam. E se essas ingestões calóricas não serão utilizadas pelo corpo para realizar nenhuma função, se acumulam e são transformadas em gordura. "Para que o peso mantenha-se constante, é necessário que tudo que é consumido seja gasto, portanto, se o consumo diário de calorias for elevado, é necessário que haja a prática da atividade física para compensar", orienta.
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Alimentação
Segundo a nutricionista, é possível administrar a alimentação sem restringir nenhum alimento. Entretanto, é preciso tomar cuidado com o consumo frequente de doces e bebidas quentes, como chocolate e cappuccino, pois têm pouco valor nutritivo e são altamente energéticos, chamados de "calorias-vazias".
Mesmo com as temperaturas baixas, é preciso ficar atento ao consumo de todos os tipos de alimentos, especialmente, frutas e verduras. Como o frio diminui a vontade de consumir água e esses alimentos, a dica é preparar receitas quentes com frutas, vegetais refogados, caldos e sopas de legumes. "Precisamos dar atenção também para alimentos ricos em vitamina C, como vegetais folhosos e frutas cítricas, pois ajudam a manter nosso organismo mais resistente a uma série de doenças", frisa.
Alimentos que ajudam a saciar a fome
Liberadores de colecistoquinina: a colecistoquinina (CCK) é uma substância liberada no tubo digestivo que produz sensação de saciedade. Ela age nos centros cerebrais de controle do apetite. "Para isso, uma dica é tomar uma colher de sobremesa rasa de azeite de oliva extra-virgem ou gordura de coco extra-virgem de 15 a 30 minutos antes das refeições para induzir a CCK", ensina Juliana.
Fontes de fibras: Em função do frio, muitas pessoas reclamam que não conseguem consumir vegetais na forma de salada, principalmente os folhosos que são fontes ricas em fibras, antioxidantes e auxiliam na indução de saciedade. "Dessa forma, uma dica é consumir vegetais cozidos ou refogados ou até mesmo assados", orienta a nutricionista. Juliana indica a berinjela, a cenoura e a abóbora. "Esses alimentos têm baixas calorias, são ricos em fibras, e auxiliam na indução de saciedade precoce", afirma.
Abuse dos chás
No café da manhã e no intervalo das refeições, beba chá de ervas (camomila, cidreira, erva-doce, chá verde) à vontade. E para deixá-los energeticamente mais quentes, acrescente gengibre, canela em pau ou aniz-estrelado – o sabor picante desses temperos corta o frio e a gula.