Estudo publicado na revista The American Journal of Clinical Nutrition demonstrou que existe uma ligação entre a restrição do sono e aumento ao estímulo de consumo alimentar, concluindo que indivíduos que dormem poucas horas apresentam uma maior propensão a comer mais.
Os pesquisadores avaliaram 26 indivíduos saudáveis (14 homens e 12 mulheres) com índice de massa corporal (IMC) entre 22 e 26 kg/m2. Indivíduos com sobrepeso são aqueles que possuem IMC na faixa de 25 a 29,9 kg/m2. O objetivo foi determinar os efeitos da restrição parcial do sono sobre a ativação neuronal em resposta a estímulos alimentares.
Os participantes foram aleatoriamente distribuídos para a restrição de sono (4 horas/noite) ou sono habitual (9 horas/noite) durante seis dias. Para a avaliação do sono, os indivíduos foram internados em centro de pesquisa especializado e a ressonância magnética foi realizada antes e depois do período de seis dias. A ingestão alimentar dos participantes foi controlada durante quatro dias antes do período de avaliação do sono.
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Ao final do estudo, o grupo que teve restrição ao sono dormiu em média 3h46min/noite. O grupo que teve um sono habitual dormiu em média 7h38min/noite.
Os resultados da ressonância magnética demonstraram que a atividade neuronal global da região relacionada aos hormônios do apetite na resposta a estímulos alimentares foi maior após a restrição do sono, em comparação com o sono habitual. Além disso, houve maior atividade em áreas cerebrais associadas à recompensa, como o putamen, nucleus accumbens, tálamo, ínsula e córtex pré-frontal. Estas regiões têm sido associadas com a motivação e valor de recompensa aos alimentos, aumentando a consciência das propriedades gratificantes do consumo alimentar.
"Nossos resultados sugerem que a associação entre a restrição do sono e o sobrepeso pode, em parte, ser o resultado de alterações na atividade neuronal. Essas mudanças associadas com o sono reduzido aparentemente afetam regiões do cérebro conhecidas por serem ligadas à motivação e desejo, indicando um aumento ao estímulo de comer cada vez mais", concluem os autores. (Fonte: Nutritotal)