Um estudo publicado na revista Clinical Nutrition promete mostrar novos caminhos para o tratamento do câncer. Segundo a pesquisa, o controle de peso e proteínas durante o tratamento ajuda a manter o organismo forte para superar as etapas de quimioterapia e demais fases do tratamento.
Segundo informações do Nutri Total, o estudo prospectivo, randomizado e controlado, foi realizado com 61 pacientes ambulatoriais que estavam em tratamento de radioterapia e/ou quimioterapia para câncer ginecológico, gástrico ou esofágico. Com base nas informações sobre o consumo alimentar, os participantes receberam orientações com o objetivo de minimizar os sintomas nutricionais que poderiam estar relacionados com o desenvolvimento da caquexia em câncer. Segundo os pesquisadores, um dos principais objetivos do aconselhamento nutricional era explicar a importância da nutrição em relação à situação atual do paciente, traçando metas dietéticas específicas a serem cumpridas até a próxima consulta.
Ao fim da pesquisa, o grupo de pacientes que teve acompanhamento nutricional apresentou perda de peso significativamente menor do que o outro grupo. Além disso, os pacientes do grupo que teve orientação de um nutricionista atingiram o consumo de energia em 107% das necessidades estimadas e atingiram 92% da quantidade estimada de proteína, comparado com 71% dos outros pacientes.
Para os autores da pesquisa, "este aconselhamento dietético individual e de maneira intensiva teve um efeito benéfico no tratamento do câncer, com melhor estabilização do peso corporal e oferta adequada de nutrientes".
Veja alguns mitos e verdades sobre nutrição e câncer:
Mitos:
Peixe, carne de porco e ovo não podem ser consumidos após a cirurgia, pois atrapalham na cicatrização.
Carne vermelha alimenta o tumor.
Não consumir alimentos ácidos durante a quimioterapia.
Pular refeições emagrece.
Beterraba por ser vermelha pode substituir a carne para evitar anemia.
Verdades:
Peixe, carne de porco e ovo contém vitaminas do complexo B que ajudam no processo de cicatrização. Porém para um melhor processo de cicatrização deve-se manter uma alimentação adequada e não simplesmente consumir esses três alimentos.
Carne vermelha, quando consumida em excesso, é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de câncer. O problema não é a carne vermelha, em si, mas a quantidade ingerida - que deve ser de até 300g por semana.
Durante a quimioterapia deve-se "evitar" e não "excluir" alimentos ácidos da alimentação, para prevenir o surgimento de feridas na boca (mucosite).
Pular refeições, para o corpo, significa permanecer em jejum. Esse fato altera o metabolismo, que passa a gastar menor quantidade de energia. A alimentação deve ser feita em pequenas porções, a cada 3 horas. Assim, o corpo não altera o metabolismo.
A beterraba não substitui a carne em relação à prevenção de anemia, pois o ferro da beterraba está presente em menor quantidade.
Há alimentos que ajudam a prevenir o surgimento do câncer, como o tomate, a laranja, peixes, frutas e vegetais vermelhos e roxos, a soja, o brócolis, a maçã, o azeite de oliva extra-virgem e o alho. Estes alimentos são ricos em licopeno, ácido ascórbico (vitamina C), carotenóides e limonemos, ômega 3, flavonóide (antocianinca e quercetina) e resveratrol (casca de uva e vinho), Isoflavona, antioxidante, antitumoral e hipolipemiante (reduz as gorduras triglicérides e colesterol), carotenóide, isoticianoto e fibras, que trazem inúmeros benefícios ao organismo na prevenção de diversas doenças, incluindo o câncer.
(Fonte: Nutri Total e Secretaria de Saúde de São Paulo)