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Conheça os riscos do consumo excessivo de energéticos

Redação Bonde
31 jul 2013 às 11:15

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- Reprodução
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Segundo os dados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (ABIR), o consumo dos energéticos saltou em 25% no último ano no Brasil. Essas bebidas são compostas por cafeína, guaraná, ginseng, açúcar ou adoçante e aminoácidos como a taurina e carnitina, dentre outros. Todos associados com a promessa de oferecer disposição extra a estudantes, baladeiros e esportistas.

Na verdade, o maior efeito dos energéticos fica por conta da cafeína. Essas bebidas contêm 70 a 80mg de cafeína por 240ml, cerca de três vezes o encontrado em refrigerantes do tipo cola. Além disso, essas bebidas contem suplementos também ricos em cafeína como o guaraná, o que acrescenta uma quantidade extra de cafeína que não costuma ser declarada nos rótulos do produto, resultando em doses muito maiores do que poderíamos supor.

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Altas doses de cafeína causam estímulo do Sistema Nervoso Central, insônia, aumento da frequência cardíaca, tremores e um efeito dito termogênico irrisório. Ou seja, ela é muito mais energética (ou seja, nos dá mais energia) do que termogênica (ou seja, que aumenta a queima calórica). Tanto é assim que já foi usada há muitos anos em fórmulas emagrecedoras e foi abolida dos receituários médicos, uma vez que seus efeitos colaterais excitatórios eram muito maiores do que sua suposta ação termogênica.

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Enquanto aumenta a preocupação de pais e médicos, as vendas explosivas das bebidas energéticas alcançaram a marca dos 9 bilhões de dólares nos mais de 140 países em todo o mundo em 2011. Como explicar esse avanço dessas bebidas quando as agências reguladoras, cada vez mais rigorosas, cancelam medicamentos e monitoram alimentos, baseadas na proteção à saúde das pessoas? Acontece que essas bebidas são colocadas como suplementos alimentares. Não são remédios nem alimentos, fugindo assim do braço forte da vigilância.

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Será que os resultados na redução do peso corporal e na melhora da disposição e vitalidade são satisfatórios com doses tão elevadas? De acordo com um trabalho científico publicado recentemente na revista Pediatrics, esses benefícios não superam os riscos. O efeito termogênico da cafeína não parece levar a perda de peso e os efeitos colaterais encontrados foram graves o bastante para que os pesquisadores concluíssem pela necessidade de uma regulamentação rigorosa na comercialização e consumo desses suplementos.


Na verdade, para muitos jovens, a ingestão ocasional dos energéticos não causa nenhum sintoma ou risco à saúde, mas para outros mais susceptíveis, a ingestão abusiva ou associada ao álcool pode levar a efeitos graves, como temos deparado em prontos socorros. São muitos os relatos de adolescentes e adultos jovens, atendidos nessas unidades de emergência com taquicardia, irritabilidade, ansiedade, insônia e até mesmo convulsões. Todos eles foram em busca de energia e de um corpo perfeito, que alcançariam da mesma forma e sem riscos se optassem pela malhação e alimentação equilibrada.

*Por Ellen Simone de Paiva, endocrinologista e nutróloga, diretora do Citen - Centro Integrado de Terapia Nutricional.


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