Dados divulgados pela 17ª Regional de Saúde apontam a cobertura vacinal contra o HPV em Londrina está bem abaixo das expectativas; apenas 2,1 mil meninas tomaram as duas doses e estão imunizadas.
Num total de 11 mil meninas que o Ministério da Saúde pretendia vacinar na cidade, do início deste ano à setembro, 5,2 mil (47%) tomaram a primeira dose da vacina. Para a segunda, apenas 2,1 mil (19%) retornaram para tomar a segunda dose.
Em todos os 21 municípios atendidos pela 17ª Regional a meta era vacinar 19,7 mil. No entanto, 9,7 mil (49%) tomaram a primeira dose e apenas 4,2 mil (21%) voltaram em busca da segunda.
"Não só em Londrina, mas em todos os municípios atendidos pela Regional, nós não estamos conseguindo vacinar nem a metade da meta na primeira dose. Além disso, das meninas que recebem a primeira dose, menos da metade volta para receber a segunda e concluir o processo de imunização", afirma a coordenadora regional do Programa de Imunização, Angela Pacheco.
Especulações referentes às reações do medicamento gerou vários estudos para comprovar o motivo de possíveis eventos adversos após a imunização. Em todo o país, algumas meninas que tomaram a primeira dose da vacina tiveram sintomas como síncope (breve desmaio) e dormência dos membros inferiores, fato que, para a coordenadora, pode ser uma condicionante para a baixa adesão da vacina.
"Existe a possibilidade de as meninas terem ficado acuadas após reações com a primeira dose da vacina, no entanto, temos vários estudos no país e no mundo que comprovam que em nenhum dos casos a reação estava relacionada à composição da vacina, mas sim à questões emocionais geradas a partir do ato de ser vacinada", explica.
A vacina contra HPV (Papiloma Vírus Humanos) é destinada à meninas com idade de 9 a 11 anos, independentemente de terem iniciado ou não a vida sexual. A imunização é importante para prevenir o câncer de colo de útero, doença que mata cerca de 8 mil mulheres por ano no Brasil. "Essa é uma idade em que as meninas não tem autonomia para irem se vacinar sozinhas, mas também não querem que a mãe vá porque não se sentem crianças. É uma idade muito difícl de vacinar, por isso é importante que os adultos assumam este papel e levem as meninas para a vacinação em qualquer unidade básica de saúde do município", orienta a coordenadora.