A vacina anti-Covid desenvolvida pela Janssen-Cilag, laboratório belga que pertence à Johnson & Johnson, foi considerada segura e eficaz pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), segundo relatório publicado nesta quarta-feira (24).
Conforme o documento, não há registros de problemas de segurança e a eficácia encontrada na prevenção da Covid-19 foi de 72% nos Estados Unidos e de 64% na África do Sul - um pouco diferente do que o anunciado pela empresa no segundo caso, que era de 57%.
Porém, o texto ressalta que ainda são necessários dados adicionais para verificar a questão dos casos leves - que também não foram divulgados à imprensa.
O relatório será usado como base na reunião do comitê médico independente da FDA da próxima sexta-feira (26) e, se os especialistas mantiverem o parecer favorável, a vacina deve receber a autorização para uso emergencial já no fim de semana.
A Johnson & Johnson divulgou em 29 de janeiro os seus dados preliminares dos resultados da fase 3 de testes clínicos. O imunizante desenvolvido pela Janssen, que é aplicado em dose única, apresentou uma eficácia de 66% nos casos moderados e graves da doença.
Porém, o documento não informou os números da eficácia global, ou seja, com dados de todos os casos sintomáticos registrados durante os testes com mais de 44 mil voluntários.
Outro ponto destacável do relatório é o fato da vacina ter apresentado números diferentes nas regiões testadas: nos EUA, a eficácia nos casos moderados e graves foi de 72%, na América Latina de 66% e na África do Sul de 57%. Neste último, o surgimento de uma variante mais transmissível pode ser o motivo da eficácia menor, mas de qualquer maneira acima do considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 50% de eficácia.
Além de aguardar a aprovação nos Estados Unidos, a J&J também já entrou com o pedido de registro na União Europeia. A farmacêutica fechou contrato para a entrega de milhões de doses tanto com o governo norte-americano (100 milhões) quanto com a UE (200 milhões com possibilidade de dobrar a quantidade).
A vacina usa um adenovírus de resfriado inativo para levar ao corpo orientações genéticas de como produzir a proteína spike, espécie de coroa de espinhos que o Sars-CoV-2 utiliza para atacar as células. Por usar um método mais tradicional de produção, o imunizante pode ser mantido em temperaturas de 2°C a 8°C, valores de uma geladeira comum.