A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Sarandi (7 km a leste de Maringá) passou por uma situação difícil no último mês. Com a licitação de fornecimento de alimentos vencida há mais de 90 dias e dois processos licitatórios suspensos pela prefeitura, a unidade não recebia comida.
Para contornar a situação, o diretor administrativo da UPA, André Luis Celestino Jardim, tirava cerca de 80 reais por dia do próprio bolso para comprar carne. Em acordo com a direção, os funcionários se organizavam em vaquinhas para complementar as refeições. O único dia que ficou descoberto, segundo Jardim, foi o último domingo (10), quando ele precisou viajar e não pôde levar a comida aos servidores.
No caso dos pacientes, a mesma comida não poderia ser oferecida por questões médicas. "Eu não poderia dar carne e outros alimentos pesados aos pacientes sem a autorização do médico. Em alguns casos, é melhor que o paciente fique sem comida do que comer um marmitex, por exemplo", afirma Jardim. Ele lembra que ninguém pode ficar mais de 24 horas internado em uma UPA. Desta forma, os familiares eram orientados a trazer alimentos leves como bolachas, biscoitos e frutas para os pacientes. Internações mais demoradas devem ser feitas em hospitais.
Com o vencimento da licitação, há cerca de um mês, outros dois processos foram abertos, mas as duas empresas vencedoras foram desqualificadas pela Prefeitura de Sarandi por irregularidades. Para contornar a situação, Jardim solicitou um contrato de emergência para o fornecimento de 7 mil marmitas nos próximos quatro meses. Diariamente, serão servidas 25 no almoço e 25 na janta dos funcionários a partir desta quarta-feira (13). "Esse foi o melhor caminho que eu encontrei enquanto espero a abertura de uma nova licitação, que deve demorar por causa do final do ano", explica o diretor.
As marmitas só serão oferecidas aos pacientes nos casos em que houver aprovação clínica.