A Secretaria de Estado da Saúde vai implantar testes rápidos para o pré-diagnóstico do Câncer Bucal em todas as 2,5 mil unidades de saúde do Paraná. O novo método é pioneiro no país e faz parte do Programa Estadual de Detecção Precoce do Câncer Bucal apresentado nesta quarta-feira (13) pelo secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, em videoconferência com as 22 regionais de saúde e secretarias municipais.
Com o lema "1 minuto para salvar uma vida", o programa vai ampliar o acesso ao diagnóstico da doença na rede pública de saúde. Segundo Caputo Neto, o teste rápido é um método simples e eficaz que poderá identificar lesões com indícios de câncer.
Após ser amplamente testado pelo meio acadêmico, esta é a primeira vez que o teste será disponibilizado em larga escala por um Estado. "É um avanço inestimável, pois possibilita o diagnóstico precoce dos casos de câncer na boca. Isso aumenta também as chances de cura do paciente", destacou o secretário.
Estima-se que mil casos novos de câncer bucal sejam identificados anualmente no Paraná. Atualmente, o principal problema é que esses casos são diagnosticados quando as lesões já estão em estágio avançado, dificultando o tratamento.
Para o presidente do Conselho Regional de Odontologia do Paraná, Roberto Cavalli, os profissionais de odontologia vão desempenhar um papel importante neste programa para identificar se lesões na boca são malignas ou não. "Por serem especialistas em saúde bucal, os cirurgiões dentistas ficam sempre mais atentos a essas lesões e poderão aplicar o teste para identificar se estão relacionadas ao câncer", disse.
Segundo o coordenador de Saúde Bucal da secretaria, Léo Kriger, o programa estadual organiza toda a linha de cuidado do paciente, desde a oferta do teste rápido, exame de diagnóstico (biópsia), tratamento e acompanhamento.
Junto com o kit do teste rápido, as unidades de saúde também receberão um informativo com o passo a passo para a realização do teste. O método leva apenas um minuto e serve como uma triagem de casos suspeitos.
O TESTE - Primeiro, o profissional de saúde examina a cavidade oral do paciente em busca de lesões. Caso encontre alguma, ele limpa a área afetada com ácido acético por 20 segundos e aplica uma substância chamada azul de toluidina, que reage por mais 20 segundos.
Após esse período, o profissional remove o excesso do azul de toluidina com nova aplicação do ácido acético e observa a lesão. Se mesmo após essa limpeza, a lesão ainda apresentar coloração azul escura, o teste de triagem deu positivo e o paciente é encaminhado para realizar uma biópsia, que comprovará ou não o câncer.
A biópsia será ofertada nos 48 Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) que já existem no Estado. Algumas unidades básicas de saúde também serão estruturadas para oferecer o serviço.