Luís Fernando Kalife é professor, tem 27 anos e nasceu com uma doença que debilita o pulmão e dificulta a respiração. Durante 20 anos, Luis Fernando tentou enfrentar o problema apenas com tratamentos, sem nenhuma intervenção cirúrgica. Mas, já na vida adulta, foi surpreendido pela necessidade de se submeter a um transplante. A cirurgia seria a única possibilidade para recuperar a capacidade de respiração. Hoje ele conta que, graças ao transplante, foi possível recuperar a qualidade de vida.
"Quando é transplantado a gente consegue ter uma vida normal. Eu sigo minha profissão. Sou professor de literatura. Sigo a minha vida normalmente. Claro, com acompanhamento médico, mas nada me impede de fazer as coisas que eu quero no meu dia a dia", conta Luís Fernando.
No Brasil, os transplantes de pulmão realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mais do que dobraram em três anos. Em 2010, foram 60 cirurgias. Já em 2013, 134 pessoas receberam pulmões de doadores. São pacientes com doenças de nascença ou adquiridas durante a vida por diversos motivos, como o hábito de fumar. O aumento na quantidade de procedimentos se deve, principalmente, à expansão da rede do SUS e à descentralização da oferta de serviço, conforme explica o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Heder Murari.
"Nós temos tido um intenso trabalho de capacitação de novas equipes, em um esforço muito grande de abrir serviços de transplantes onde não havia inicialmente. Então, nós estamos com um esforço muito grande de fortalecer o transplante no interior de Minas, no interior da Bahia. Há um esforço, também, da parte do Ministério de que o transplante não se desenvolva apenas nas regiões dos grandes centros. Isso faz com que haja até uma redução da procura pelo transplante em estados como São Paulo, o estado que mais transplanta, mas a gente já vê um destaque muito grande, também, no Nordeste, no Ceará, por exemplo, e na própria capital, em Brasília", comenta Heder.
Entre 2010 e 2013, houve aumento de 12,4% na quantidade de serviços habilitados pelo Ministério da Saúde para realizar transplantes, passando de 660 para 742. Minas Gerais é destaque, com aumento de 30 unidades, mas também foram inaugurados novos centros de transplantes no Ceará, Pará, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal e Espírito Santo.
(Com informações de Fábio Ruas, Web Rádio Saúde e Agência Saúde)