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SUS terá medicamento para transplantados produzido no país

12 dez 2013 às 16:14

O Brasil contará com medicamento utilizado por pacientes transplantados de rim e fígado produzido integralmente com tecnologia nacional. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quinta-feira (11), em Embu das Artes (SP), da cerimônia de entrega do primeiro lote do imunossupressor Tacrolimo, usado para evitar a rejeição a órgãos e garantir o sucesso do transplante. No mesmo evento, o ministro também participou de atividade que marca o início das obras de nova fábrica do laboratório Libbs, destinada à produção de medicamentos biológicos.

O medicamento Tacrolimo é fabricado pela Libbs Farmacêutica. Em 2009, a empresa firmou parceria para o desenvolvimento produtivo com o Ministério da Saúde, com a transferência de tecnologia para o laboratório Farmanguinhos/Fiocruz. O instituto acompanhou todo o processo de produção do medicamento para internalizar as técnicas e o conhecimento tecnológico da empresa privada.


A previsão é que em 2015 o Farmanguinhos passe a produzir o medicamento, o que vai diminuir o custo na aquisição do Tacrolimo. Desde 2009, a compra do produto passou a ser feita de forma centralizada pelo Ministério da Saúde, o que gerou a economia de R$ 75 milhões. "Produzir um medicamento 100% nacional é um salto de extrema importância para a indústria brasileira, com impacto na geração de mercado para todo o Brasil, além de garantir segurança aos pacientes atendidos pelo SUS", afirmou Padilha, durante a solenidade.


O ministro explicou que a qualidade dos medicamentos é um fator decisivo na vida do paciente transplantado porque garante o funcionamento do órgão, sem problemas de rejeição. Ele lembrou que o Brasil está entre os países que mais realizam transplantes do mundo. "Nenhum país fez mais de 24 mil transplantes gratuitos pelo SUS, como o Brasil fez", afirmou Padilha.


"O domínio de todas as atividades de produção resulta em produtos de qualidade a preços competitivos, garantindo o abastecimento dos serviços públicos de saúde com redução da dependência internacional", ressaltou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha. Em 2013, foram adquiridas 53.547.100 e 2.965.050 cápsulas do tacrolimo 1mg e 5mg, respectivamente.


BIOLÓGICOS– A nova fábrica da Libbs Farmacêutica, no complexo industrial do município, será uma das primeiras plantas industriais brasileiras para a produção de medicamentos biológicos, considerados estratégicos pelo SUS. "A construção da planta reflete o compromisso do governo federal com a pesquisa, a inovação e geração de renda para o país", afirmou Gadelha. A Libbs retomou os investimentos da empresa em seu Parque Farmoquímico depois que foram firmadas PDPs com o Ministério da Saúde e laboratórios públicos.


A parceria estabelece que o Ministério da Saúde compre, exclusivamente, medicamentos produzidos pela empresa, pelo período de cinco anos, para atender à demanda do SUS. Em contrapartida, os laboratórios privados transferem as tecnologias aos públicos, que dominando a cadeia de produção, podem desenvolver genéricos a preços mais competitivos. O laboratório Libbs está envolvido em sete parcerias.


A fábrica de biotecnologia terá capacidade inicial de produção de 150 kg de medicamentos ao ano. Quando estiver em pleno funcionamento, a produção será ampliada para 400kg. No local, serão produzidos, em parceria com os laboratórios públicos Butantan e Bahiafarma, seis medicamentos biológicos.


O primeiro medicamento fruto dessas parcerias - o oncológico Rituximabe – deverá estar pronto para distribuição no SUS no primeiro semestre de 2016. Os investimentos da empresa farmacêutica em biotecnologia estão estimados em R$ 560 milhões, provenientes do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da própria empresa.

O medicamento biológico é feito a partir de material vivo e manufaturado em processos que envolvem medicina personalizada e biologia molecular. Representam 5% do total da oferta pública de medicamentos e consomem 43% dos gastos do governo federal com medicamentos (aproximadamente R$ 4 bilhões/ano).


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