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SP quer dobrar produção da vacina contra coronavírus em teste e exportar para América Latina

30 jul 2020 às 09:54

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (29) que o Instituto Butantã pretende dobrar a sua capacidade de produção da vacina Coronavac contra o coronavírus, atualmente na terceira e final fase de testes.

Atualmente, o instituto tem capacidade de produzir 60 milhões de doses, mas pretende dobrar essa quantidade, chegando a 120 milhões. São necessárias duas doses por paciente para ocorrer a imunização.


O governo se reuniu com o mais de 200 empresários virtualmente para buscar doações que possibilitem esse aumento. "Nós já conseguimos um compromisso de R$ 96 milhões de um total de R$ 130 milhões, que representa o valor da meta para dobrar a produção", disse o governador.


Doria afirmou ainda que instituições públicas e privadas de outros países latino-americanos procuraram o Instituto Butantã para buscar informações sobre a produção da vacina. A ideia é que o aumento de capacidade de produção do imunizante possibilite sua exportação para outros países.


Segundo o diretor do Butantã, Dimas Covas, isso é possível, uma vez que o acordo com a empresa chinesa Sinovac, criadora da vacina, prevê o financiamento e o controle do estudo pelo instituto a partir da fase três.


Ele também explicou que o contrato permite ao Butantã começar a produzir e envasar a vacina a partir de outubro deste ano, e a expectativa é que, se os testes forem concluídos com sucesso e tudo der certo, a vacina fique pronta a partir de janeiro do ano que vem.


"É possível que no começo do próximo ano nós tenhamos sim uma vacina, já em quantitativos definidos, 60 milhões [de doses] a partir de outubro e mais 60 milhões no primeiro trimestre do ano que vem, estamos falando de 120 milhões de doses", afirmou.


"Esses quantitativos de vacina já preveem as necessidades do Brasil e a possibilidade de fornecimento para outros países", completou.


Segundo Dimas Covas, o dinheiro arrecadado pelo governo será usado para reformar uma fábrica de vacinas que já existe, de 11 mil metros quadrados, mas precisa ser adaptada para produção da vacina contra o coronavírus, o que deve começar a ocorrer a partir da próxima semana.


A vacina começou a terceira e última fase dos testes, para averiguar sua efetividade no combate ao vírus, no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Doria afirmou que, agora, mais 4 outros dos 12 centros de referência espalhados pelo Brasil também estão realizando testes em profissionais da saúde.

O diretor do Instituto Butantã afirmou que o otimismo quanto aos prazos se ampara no fato de a entidade já produzis vacinas usando a mesma tecnologia. "O Butantã trabalha efetivamente com essa tecnologia, domina a cadeia de suprimento, sabemos quem são os fornecedores dos insumos, os equipamentos utilizados."


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