O Paraná registrou em 2023 um total de 17.260 casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) com hospitalização e 1.022 óbitos por síndromes graves, como Influenza (789), Covid-19 (2.153), SRAG por outros vírus respiratórios (3.975), SRAG não especificada (7.836), por outros agentes etiológicos (98) e 2.409 casos que continuam em investigação.
Os dados são do Informe Epidemiológico mensal de síndromes respiratórias divulgado nesta sexta-feira (21), com dados atualizados dos agravos da doença no Paraná pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde). Este é o sexto boletim do ano e traz um panorama geral dos vírus que circulam no território, com o objetivo de manter a vigilância e monitoramento da SG (Síndrome Gripal) e da SRAG. O trabalho do Paraná em monitoramento de síndromes gripais é uma referência no País.
As informações são referentes aos casos de pessoas que apresentaram sintomas de º1 de janeiro a 15 de julho de 2023, incluindo febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou gustativos. São sintomas típicos das SGs, e os vilões desse cenário são o rinovírus, SARS-CoV-2 e Influenza, vírus que mais circularam e continuam predominantes no Estado.
Quem faz parte do grupo que continua em investigação foi diagnosticado com sintomas de SG (febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou gustativos), somados a dispneia/desconforto respiratório; pressão ou dor persistente no tórax; saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada (cianose) dos lábios ou rosto - sintomas de SRAG.
No caso das síndromes gripais, com monitoramento por amostragem, foram 2.047 casos. Os vilões são o Rinovírus, SARS-CoV-2 e Influenza, que mais circularam e continuam predominantes no Estado. Já para as SRAGs, 57,5% dos casos positivos estão relacionados ao contágio dos VSR (vírus sincicial respiratório), rinovírus, adenovírus e metapneumovírus. No boletim, estão em “SRAG por outros vírus respiratórios”.
A faixa etária mais atingida é a de crianças menores de seis anos e, em seguida, de idosos. A maioria dos casos que evoluiu para óbito tinha, ao menos, um fator de risco ou algum tipo de comorbidade.
“Nessa época do ano o panorama no Paraná é de mais atenção e vigilância, por isso a importância do boletim. Com o monitoramento, podemos prever e realizar ações de saúde pública. O Paraná não passa por situação de emergência. Está dentro do esperado para o período sazonal”, pontua o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
Dos 399 municípios, 58,6% tiveram casos de SRAG por outros vírus respiratórios e em 41 houve o registro de óbito por esta causa. O número de mortes aumenta em relação à Covid-19, com ocorrência em 103 municípios. Para a Influenza a incidência ficou em 34,8%, ou seja, 139 municípios apresentaram casos e 9,5% (38 municípios) registraram óbitos.
O grupo outros vírus respiratórios (VSR, parainfluenza, rinovírus, metapneumovírus, adenovírus, bocavírus) teve grande impacto em crianças menores de seis anos. Dos 3.079 casos, 18 evoluíram para óbito. O levantamento da Sesa aponta ainda que 81 crianças dessa faixa etária contraíram o vírus Influenza A (H1N1) e 57 o vírus Influenza B. Para a Covid-19 o número de casos chega a 311.
A Covid-19 foi contraída por pessoas de todas as idades, de bebês a idosos (0 a 107 anos), no entanto, a maior incidência do SARS-CoV-2 foi em pessoas acima de 80 anos (33,3% casos). As mulheres contabilizaram mais casos de hospitalizações - dos 2.153 registros, 1.102. Já o número de óbitos é maior nos homens, dos 320 registrados,176 eram do sexo masculino.
Mais conhecida como gripe, a influenza é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus da Influenza, com grande potencial de transmissão. Há quatro tipos de vírus influenza/gripe: A, B, C e D. No estudo, o monitoramento realizado é para os vírus influenza A e B, responsáveis por epidemias sazonais.
O monitoramento da Influenza e demais vírus respiratórios no Paraná é feito por meio das unidades sentinela de Síndromes Gripais e da vigilância universal dos casos de SRAG com hospitalização e óbitos, independentemente do local de ocorrência. A vigilância sentinela de SG é composta por uma rede de 34 serviços de saúde para atendimento, distribuídas nas 22 Regionais de Saúde, em 28 municípios.
As unidades sentinelas funcionam junto aos centros médicos dos municípios e às unidades de pronto atendimento, onde são coletadas amostras dos pacientes, que posteriormente seguem para o Lacen para análise. Os resultados são enviados para o Sivep/Ministério da Saúde (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica da Gripe). Caso não haja identificação do tipo do vírus, a amostra é compartilhada com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para a investigação.
Conforme a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr, o monitoramento de ambas as síndromes tem objetivo comum e essencial à Saúde do Paraná. “A área de Vigilância Epidemiológica monitora o comportamento dos vírus respiratórios. Por meio desse recurso, conseguimos orientar os serviços de saúde na tomada de decisão frente à ocorrência de casos graves e surtos”, explica.
As notificações de casos e óbitos por SRAG são registrados no Sivep Gripe, Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe, do Ministério da Saúde.
Os vírus continuam em circulação, por isso alguns cuidados são essenciais para conter as doenças decorrentes dessas síndromes: manter a vacinação anual contra a Influenza em dia, seguir a recomendação do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, higienização das mãos, evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas. Também é recomendado procurar atendimento médico, procurar manter os ambientes ventilados, adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.