A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) confirmou nesta terça-feira (3) a morte de um homem de 55 anos em decorrência da dengue, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina). Segundo a prefeitura do município, o óbito ocorreu em 22 de agosto de 2024.
A prefeitura de Cambé reforçou, em nota, que a vítima convivia com diversos problemas de saúde, sendo a cirrose hepática uma das mais graves. Também reiterou que tem "compromisso com a saúde pública" e que organiza semanalmente mutirões de limpeza nos bairros, "além de promover ações contínuas de conscientização em escolas, Unidades de Saúde e por meio de nossos canais de comunicação".
Esta foi a segunda morte por dengue confirmada em todo o estado. Em 22 de outubro, a secretaria informou que uma adolescente de 15 anos faleceu em decorrência da doença em Abatiá (Norte Pioneiro). Ela não tinha comorbidades.
A Sesa elucidou que todas as vezes que há mortes suspeitas de dengue - detectadas pelos órgãos de vigilância municipais - os casos são investigados localmente e repassados à secretaria do estado. A investigação tem um prazo máximo - segundo a própria legislação e o ministério da Saúde - de 90 dias. Durante esse processo, são feitas diversas avaliações para que se tenha a confirmação da morte por dengue ou o descarte. Esse processo burocrático acaba atrasando a confirmação dos casos, como nos óbitos de Abatiá e Cambé.
Recorde de casos em Londrina
A RS (Regional de Saúde) de Londrina foi a que apresentou o maior número de casos confirmados da doença em todo o Paraná. Em Cambé, foram 86 casos, somados a 777 de Londrina, 78 de Rolândia e mais 29 de Ibiporã. Ao todo, a regional acumulou 1.085 atestados. A 15ª RS de Maringá registrou 466; a 1ª RS Paranaguá 381; a 2ª RS Metropolitana 378; e a 5ª RS de Guarapuava 317.
A chefe da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores da Sesa, Emanuelle Gemin Pouzato, destacou que a região de Londrina tem condições favoráveis à transmissão da doença, o que pode explicar o elevado número de casos. A região também possui sorotipos da dengue que não são encontrados em outras localidades.
"Além das condições climáticas favoráveis, como as chuvas e as temperaturas que ajudam na transmissão, nós temos na região norte do estado a presença de três sorotipos diferentes. Na região de Londrina, especialmente, existe a circulação do DENV-1, DENV-2 e DENV-3. O sorotipo DENV-3 não circulava no Paraná há mais de 10 anos. Então, ele encontrou a população totalmente suscetível e isso vem impactando nos números", explicou.
Segundo a profissional, o Paraná desempenha diversas ações para combater a dengue em todo o estado. "Tivemos ações durante todo o mês de novembro, como mobilizações para o controle e o combate por meio de mutirões, conscientização e limpeza urbana", salientou.
Pouzato ressaltou que a "guerra à dengue" também é um trabalho da população, que deve ficar atenta ao próprio quintal. "Toda a população deve estar engajada, fazendo inspeções em suas casas e procurar pelo menos uma vez por semana locais que possam juntar água."
Boletim da dengue
O boletim da Sesa também informou que foram registrados mais 301 casos da doença no Paraná. Os dados do atual período epidemiológico, iniciado em 28 de julho de 2024, totalizam 39.712 notificações e 4.535 diagnósticos confirmados.
No total, 373 municípios do Paraná já apresentaram notificações da doença, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e 257 possuem casos confirmados.
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