O Ministério da Saúde emitiu nota técnica na noite de quarta-feira (17) ampliando a vacinação contra a dengue para todas as pessoas de 4 a 59 anos, conforme aprovado pela bula do imunizante.
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A estratégia tem como objetivo reduzir a perda das doses com vencimento no próximo dia 30 de abril e é válida somente para esse contingente próximo ao vencimento. Cabe aos municípios com doses da vacina próximas à data de vencimento a estratégia de ampliação.
Em um primeiro momento, a pasta recomenda a ampliação da faixa etária infantojuvenil, de 6 a 16 anos. Só após a inclusão desses grupos os municípios podem, se tiverem necessidade, ampliar para toda a população elegível conforme aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo o ministério, todas as pessoas que receberam uma dose devem ter a segunda dose garantida.
A adesão à campanha de vacinação contra a dengue, atualmente recomendada só para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, é baixa no país.
A vacina Qdenga, produzida pela farmacêutica Takeda, foi aprovada em julho de 2023 para pessoas de 4 a 59 anos após estudos clínicos da vacina demonstrar eficácia geral de 80,2% na proteção contra a dengue. Os participantes foram acompanhados por 4,5 anos.
Pessoas com menos de 4 anos ou 60 anos ou mais não foram incluídas no estudo, por isso a vacina não foi aprovada para essas faixas etárias.
Em dezembro, após aprovação na Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), a Qdenga foi incorporada ao SUS, e o Ministério da Saúde comprou 5,2 milhões de doses para a imunização neste ano. Devido à limitação de produção do laboratório, o quantitativo, suficiente para imunizar aproximadamente 1,1% da população, a recomendação foi de vacinar apenas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Iniciada em fevereiro, a vacinação contra a dengue tem tido baixa procura do público-alvo. Com o risco de vencimento das doses, municípios que não haviam recebido as doses em um primeiro momento fizeram solicitações à pasta, que fez um remanejamento das doses na última semana.
Em entrevista à Folha de S.Paulo na última segunda-feira (15), a Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel disse não haver relatos dos estados e municípios que fizeram a pasta cogitar a criação de uma segunda estratégia.
"Nós não tivemos nenhuma notícia dos estados ou municípios de que estão com excesso de doses. Não fomos informados que haveria um grande número com possibilidade de vencimento para que a gente pudesse pensar em uma outra estratégia, então no momento, permanecemos nessa estratégia", afirmou.
A situação da última quarta-feira, porém, parece ter mudado a estratégia do ministério, que decidiu pela ampliação do público-alvo.