A Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa) emitiu um alerta para o perigo de acidentes com bagres nas férias de verão. Algumas espécies possuem venenos nos ferrões, o que causa dor e pode gerar feridas de difícil cicatrização. A orientação para as vítimas é procurar a unidade de saúde mais próxima para o tratamento adequado.
O cuidado principal é para pessoas que mergulham ou pescam em lagos, rios e mares. "O ferrão desses animais perfura a pele e causa dor imediata, inchaço, pode evoluir para febre, sudorese, vômitos e, em casos mais graves, causar necrose ou infecção", explica Emanuel Marques, biólogo da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da secretaria.
O bagre tem três espinhas nas nadadeiras, uma no peito e duas dorsais, nas quais os ferrões ficam armazenados. Quando tocadas, as nadadeiras furam e liberam o ferrão, ferindo a pessoa. Mesmo quando o peixe está morto, o veneno no ferrão fica ativo por horas. Como as nadadeiras são afiadas e serrilhadas, a dor causada pelo ferrão é intensa.
Apesar de não existirem registros de mortes por esse tipo de acidente, a falta de tratamento adequado pode causar sequelas permanentes. Caso aconteça a ferroada, a parte atingida deve ser mergulhada em água quente, em temperatura suportável para a pele, de 30 a 90 minutos. O calor minimiza a ação do veneno, diminuindo a dor.
Não é recomendado nenhum outro tipo de tratamento caseiro. "A principal orientação é procurar [assim que possível] a unidade de saúde mais próxima para realizar o tratamento adequado do ferimento e a retirada do ferrão, se necessário. Também é recomendado levar o animal que causou o acidente ou alguma foto dele para facilitar o trabalho do profissional de saúde", explica Emanuel.
Para casos de acidentes com animais aquáticos como bagres e arraias, a Sesa disponibiliza o serviço do Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná, que orienta profissionais de saúde e população em geral. O atendimento 24 horas é feito pelo telefone 0800-41-0148.