Nada pior que ter uma noite de sono interrompida pelo som de um ronco, seja o próprio ou de outra pessoa. Além de transtornos sociais e psicológicos, o ronco pode trazer sérias consequências físicas, como um infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Após pesquisas, o odontólogo Rogério Pavan, idealizador da técnica da Bioerreprogramação bucal, constatou que tanto o ronco quanto a apneia do sono são decorrentes, em geral, do mesmo problema que é a diminuição do espaço para a língua. Ou seja, uma má formação da arcada dentária pode diminuir o espaço bucal, fazendo com que a língua vá para trás e dificulte a passagem do ar.
Segundo o dentista, antigamente o ronco não era considerado problema de saúde, mas, de acordo com recentes pesquisas, o individuo que ronca apresenta déficit respiratório em torno de 30%. "O ronco é, na verdade, um sinal de que algo está errado. Muitas vezes os pacientes pensam acordar com o próprio ronco, mas estão tendo uma crise de apneia, que é definida como uma parada respiratória que pode ter duração igual ou superior a dez segundos", afirma o doutor.
Além disso, existe também a hipoapneia, que é definida como diminuição no volume respiratório em 50% ou mais. "A soma dos dois eventos faz com que o portador da apneia tenha sucessivas crises durante o período de sono, chegando a atingir números absurdos, com mais de 100 eventos em apenas uma hora, o que pode levar a uma grande variação dos batimentos cardíacos. Essas paradas podem causar uma queda brusca nos batimentos, chegando a 40 por minuto (bpm), quando o normal seria 70, em média. Ao retornar aos níveis normais tem-se um rápido aumento, atingindo valores próximos a 120 batimentos", comenta o dentista que afirma o perigo dessa variação, que pode ocasionar a sobrecarga do aparelho cardiovascular e aumentar o risco de infarto e AVC.
Mais acentuados em pessoas retrognatas (com o queixo para trás), obesos, homens acima de 30 anos e mulheres na menopausa, o ronco e a apneia costumam apresentar sintomas bem característicos como o aumento da pressão arterial, pesadelos com sufocação ou falta de ar, dificuldades de ereção, indisposição ao levantar-se, cansaço, queda na memória, sonolência, baixa produtividade, dor de cabeça na madrugada ou pela manhã, irritação, pernas e braços pesados, dormentes e doloridos ao levantar-se, dificuldade de concentração, diminuição da libido e taquicardia noturna.
Para tratar e evitar esses tipos de problemas, uma solução é redimensionar a arcada dentária por meio da biorreprogramação bucal. De forma não invasiva e sem interferir no corpo humano, a técnica utiliza um aparelho que mantém a mandíbula (queixo) estável, não permitindo que ela vá para trás, ou, em alguns casos, projetando-a para a frente. "Ao contrário das cirurgias, que além de incomodas e dolorosas podem atingir um resultado de, mais ou menos, 40% para o ronco e 45% para a apneia, a técnica da biorreprogramação permite solucionar totalmente o problema da apneia. Estudos realizados com mais de 300 pacientes mostram que o resultado é de até 90% em apenas quinze dias de tratamento e, em certos pacientes, o problema desaparece no primeiro dia de uso do aparelho. Já quando utilizado no tratamento do ronco, o processo é progressivo e atinge até 50% de resultado com dois meses de tratamento e pode chegar a 100% no prazo final de um ano", conclui Rogério Pavan.