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Risco de epidemia faz Londrina juntar esforços contra a dengue

21 jan 2015 às 15:36

Diversas secretarias municipais estiveram reunidas na manhã desta quarta-feira (21) para planejar as ações de combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, e alertar a população para o risco de epidemia.

O encontro foi motivado pelo primeiro Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) do ano, que apresentou um dos maiores índices dos últimos anos. "Nosso LIRAa deu 10,1% e o ideal é 1%. No ano passado, nesta mesma época, o índice ficou em 7,4%. Então, temos um risco de epidemia e, por isso, precisamos desenvolver uma série de trabalhos para diminuir os criadouros do mosquito, manter as notificações em baixa e os casos de dengue também", disse o secretário de Saúde, Mohamad El Kadri.


O aumento do índice se deve a fatores como a ocorrência maior de chuvas em relação ao mesmo período do ano passado e as altas temperaturas da estação. "As chuvas começaram antes do tempo este ano e as temperaturas estão altas. Por isso é importante que a população entenda que não pode deixar objetos que acumulam água, porque o foco do mosquito sobrevive até 400 dias sem água e quando chove ele eclode", afirmou a gerente de Vigilância Ambiental, Mirna Germiniano.


Ações atuais e futuras


Uma das ações realizadas pela Prefeitura é o pedido à Secretaria da Saúde do Estado do Paraná (SESA) para a vinda de 15 carros que dispersam o inseticida, popularmente conhecido como fumacê. Além disso, desde a semana passada, oito equipes com dois agentes municipais de endemias cada, equipadas com UBV costais (ultrabaixo volume), estão dispersando o inseticida nas regiões com mais casos confirmados e suspeitos de dengue.


Desde dezembro, os 247 agentes de endemias também já vinham recolhendo dos domicílios o lixo e outros materiais que poderiam acumular água parada. Agora, a Prefeitura deve iniciar o trabalho de mutirões de limpeza que vão envolver as secretarias de Saúde, do Ambiente, de Agricultura, de Obras e Pavimentação e de Educação, além da Administração de Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina (Acesf) e da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU).


De acordo com o integrante da comissão técnica de combate à dengue, Elson Belisário, para recolher todo o lixo e o material acomodados de forma irregular nas casas e quintais será preciso, em 15 dias, visitar 50 mil domicílios, utilizar 15 caminhões diariamente, e dispersar fumacê com a ajuda de 15 carros e as oito equipes do fumacê costal.


"Precisamos do envolvimento de toda a cidade, porque temos alguns dias antes que comecem a aparecer novos casos. O índice é muito alto e de difícil controle, mas se a população pegar 10 minutos de seu tempo para inspecionar seus imóveis e quintais e retirar as possibilidades do mosquito se desenvolver, a gente consegue reduzir isso em 50% em questão de horas. Nós não temos agentes para cada um dos 220 mil domicílios da cidade, mas podemos ter um agente multiplicador e preventivo que é o próprio morador. Basta a população ajudar, porque ainda é possível evitar uma epidemia", explicou Belisário.


Belisário lembra que o perigo de se ter um número muito alto de mosquito da dengue está no fato que a partir da segunda quinzena de fevereiro, de acordo com os dados da Secretaria de Saúde, tende-se a aumentar os casos notificados da doença, ou seja, o perigo aumenta porque há mais mosquito transmissor da doença e mais pessoas infectadas.

"As pessoas devem chegar em casa e procurar cuidar do imóvel, olhar os vasos sanitários com pouco uso, vasos de plantas, bebedouros dos animais, verificar se no quintal há objetos jogados como latas, garrafas e pneus, ver os ralos, porque tudo isso evita o desenvolvimento do mosquito. Com menos mosquito, há menos casos da doença até porque cada vez mais há o risco da dengue hemorrágica", completou o integrante da comissão.


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