As notícias dos números de pessoas infectadas e mortas pelo novo coronavírus podem até desanimar e causar sentimentos de pânico nas pessoas. Mas é no meio dessa pandemia que boas ações se destacam e trazem a esperança para um cenário de incertezas que já dura algumas semanas.
Este foi o caso de um projeto desenvolvido em Londrina para confeccionar máscaras face shield aos profissionais que estão diretamente combatendo ao vírus. A ideia partiu da professora da UEL (Universidade Estadual de Londrina) Celita Trelha, que junto à alunos e voluntários deram início a uma rede de produção, coordenada pelo estudante da área de tecnologia do Senai, Marcus Mazzeto. O Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina) e diversas empresas também se uniram à causa e toda semana as máscaras produzidas são recolhidas e distribuídas nos centros de saúde locais.
A máscara é feita de filamentos de PLA (composto do ácido lático) que, ao passarem por uma impressora 3D, resultam no arco plástico utilizado na face shield. Para finalizar a peça, é encaixada uma placa de acetato juntamente ao um elástico. Necessitando das impressoras, o projeto entrou em contato com escolas, empresas e até pessoas que possuíam um único equipamento em casa para somar na força de produção.
O coordenador Marcus Mazzeto relata que o projeto conta com cerca de 25 instituições que ajudam com a mão de obra e os equipamentos, enquanto a UEL e a Prefeitura de Londrina estão investindo em recursos para a compra da matéria-prima das máscaras. Dessa forma, eles conseguem atender os profissionais da saúde do HU (Hospital Universitário) de Londrina.
Ajuda vinda das escolas
Dentre as instituições que estão ajudando no projeto, estão também alguns colégios particulares de Londrina que possuem salas Maker – salas estruturadas com equipamentos de impressora 3D, máquinas de corte e impressoras a laser, aproximando os alunos da tecnologia no cotidiano de aulas.
A direção do Colégio PGD teve contato com o projeto através da mãe de um dos estudantes e afirma que "principalmente em situações como essas que estamos enfrentando, a escola não pode levantar muros. É preciso colocar todo o saber gerado dentro de seus espaços à disposição da sociedade”.
O professor e técnico da sala Maker do Colégio Interativa, Marcos Luciano Rodrigues Ferreira, também está dedicando o seu trabalho para a produção das máscaras desde o início da pandemia. Ele conta que consegue fazer no laboratório entre 5 a 6 máscaras por dia e explica que neste momento tão importante, produzir equipamentos para ajudar os médicos que estão na linha de frente do combate ao vírus é essencial para que a sociedade consiga voltar a normalidade.
(*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato)