O chefe do setor de Herpetologia (estudo de répteis e anfíbios) do Instituto Butantan, Wilson Fernandes, treinou, durante esta semana, técnicos do Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI), da Secretaria da Saúde do Paraná. Ele mostrou como extrair veneno de coral verdadeira (Micrurus corallinus).
O número de cobras desta espécie na natureza é pequeno e insuficiente para produzir as quantidades de soros necessários ao País. "As corais verdadeiras são das espécies de serpentes mais peçonhentas do Brasil. Seu veneno neurotóxico pode levar um ser humano à morte em meia hora", explicou Fernandes.
"Este treinamento nos permite contribuir para a produção do soro antielapídico, uma vez que o veneno extraído aqui será enviado para o Instituto Butantan, que faz a produção do soro para todo o País. Num futuro próximo esperamos também criar esses animais em cativeiro", afirmou o diretor do CPPI, Rubens Gusso.
Paraná esta livre deste mal há anos
A Secretaria da Saúde do Paraná não registra caso de acidente com coral verdadeira há mais de três anos. "Hoje temos como garantia um tratamento de soro antielapídico em cada regional de Saúde, porém este soro tem prazo de validade de três anos e precisa ser reposto", afirma Giselia Rubio, chefe da divisão de Zoonoses da Secretaria da Saúde.
Fernandes levará nove exemplares da serpente para São Paulo. Os animais que estão no CPPI são adultos e foram capturados em Blumenau (SC).