O debate acerca da escolha de ter ou não filhos ganha cada vez mais força entre as mulheres, principalmente entre as mais jovens, que já recebem o nome de geração "NoMo", uma abreviação para Not Morthers, ou Não Mães.
A taxa de fecundidade do Brasil já registra quedas, chegando a 1,7 filhos por mulher em 2015. Em comparação com a média de 6 filhos por mulher há 60 anos e 2,4 filhos em 2006, a diminuição da taxa mostrada pelo último levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é expressiva.
A discussão, além de estar em alta nas redes sociais, também é comprovada por números. Uma pesquisa feia pela Bayer com apoio da TANCO (Think About Needs in Contraceptions) e a Federação Brasileira de Ginecologia mostra que 37% das mulheres brasileiras não querem ter filhos.
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Pensando nisso, é importante levar em consideração todos os caminhos antes de se tomar uma decisão definitiva. O especialista em reprodução humana, Dr. João Guilherme Grassi, explica que o congelamento de óvulos é uma opção para se considerar como uma alternativa no futuro.
A fertilidade feminina diminui ao longo dos anos, o que reduz as chances de uma gravidez, por isso "o congelamento de óvulos pode ajudar a preservar essas chances e ser uma boa escolha para caso a mulher mude de ideia".
O procedimento teve um aumento de procura entre 2020 e 2021, com 21 mil ciclos no Brasil e mais de 154 mil óvulos congelados. Para além das mulheres que mudam de opinião, a procura também é grande entre aquelas que buscam por uma maternidade tardia.
“O ideal é não postergar a gravidez, tendo em vista que na faixa dos 30 anos, a mulher tem 25% de chance de engravidar mensalmente, desde que não tenha problemas de saúde, e com o passar dos anos, a taxa cai", ressalta o especialista.
No procedimento, os óvulos congelados são preservados por tempo indeterminado até serem descongelados para a fertilização in vitro. Assim, o especialista explica que é importante que a mulher tenha consciência de sua fertilidade para que o procedimento possa ser feito no momento mais adequado.
“Para isso é recomendado consultar um especialista que possa realizar exames e informar sobre a reserva ovariana da paciente e possíveis problemas de saúde", finaliza Grassi.
Para as pacientes que passaram por uma laqueadura e desejam engravidar, o médico explica que é possível por meio da fertilização in vitro, mas "a fecundação não vai passar pelas trompas, e sim em laboratório, e em seguida, os embriões gerados serão introduzidos no útero”.
O especialista ainda ressalta que a gravidez natural após a laqueadura é improvável de acontecer, a não ser que seja feita a reversão, mas que as chances de sucesso dependem de vários fatores, como o tipo de cirurgia feita, a idade da mulher e até mesmo o tempo de intervalo entre a laqueadura e o procedimento de reversão.