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Primeiro desengasgador para primeiros socorros chega ao Brasil

21 nov 2019 às 16:23

Chega ao Brasil o primeiro desengasgador para primeiros socorros que evita a asfixia por OVACE (Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho). Liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em junho deste ano, o aparelho pode salvar vidas e diminuir número de mortes por engasgo.

De aparência semelhante a um ‘desentupidor’, o dispositivo funciona por meio de uma exclusiva e patenteada válvula que cria o vácuo para a sucção do corpo estranho preso nas vias aéreas. O aparelho é de fácil manuseio. Após a leitura do tutorial, até mesmo uma pessoa leiga poderá utilizá-lo em uma emergência.


O dispositivo tem o objetivo de evitar os óbitos causados por engasgamento. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, relativos ao ano de 2010, ocorreram 3.412 mortes por esse motivo. Segundo o trabalho da autora Sara de Souza Rodrigues, "Emergências Pediátricas em Obstrução de Vias Aéreas Superiores", em 2012, 1,2 milhão de atendimentos pediátricos foram realizados devido a este tipo de incidente e, ainda conforme os dados do Ministério da Saúde, publicados no site da ONG Criança Segura, a incidência de óbitos causados por OVACE está na contramão dos demais índices que avaliam a segurança infantil: morte no trânsito, queimaduras e afogamentos apresentaram redução significativa ao longo dos últimos anos, enquanto a asfixia por OVACE não segue essa tendência.


O cenário é agravado com a demora da chegada do socorro, que pode levar em média, 36 minutos. Em casos de asfixia por OVACE, danos cerebrais permanentes podem ocorrer já a partir do quarto minuto, e o óbito em torno de 10 minutos. Nessa situação, prestar os primeiros socorros antes da chegada do serviço de emergência pode fazer a diferença na hora de salvar uma vida.


Mesmo fazendo vítimas de todas as idades, crianças e idosos são os mais atingidos. O controle inadequado da deglutição e o baixo controle da mastigação, além da falta de conhecimento ou curiosidade, tornam as crianças, principalmente, nos primeiros anos de vida, mais propensas a serem vítimas do incidente. Nos mais velhos, a perda do tônus muscular e da capacidade de mastigação, além da senilidade mental, inserem os idosos no público de risco.


A chegada do produto é celebrada como um importante avanço para evitar o número crescente de mortes por engasgo, que pode acontecer em qualquer ambiente, como: residências, restaurantes, aviões, parques, shoppings, carros, transportes públicos, entre outros lugares onde exista o consumo de alimentos e manuseio de objetos que possam ser engolidos por crianças.


No Brasil, está em vigor, desde outubro de 2018, a Lei 13.722, que torna obrigatória a capacitação em primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino da educação básica e recreação infantil. Essa lei veio dar cobertura nacional à Lei 15.595 de maio de 2018, do município de Campinas (SP). Batizada como Lei Lucas, a norma faz alusão ao caso do menino Lucas Zamora, de 10 anos, vítima fatal de engasgo ao comer um cachorro-quente durante uma excursão escolar, em 2017.


"Além de ser uma inovação única, eficaz e segura, enxergamos ele como uma possibilidade de alertar e divulgar sobre a importância da informação e treinamento em primeiros socorros no Brasil, o que ajudará a salvar muitas vidas. Esse será o foco do nosso trabalho de comunicação", afirma Marcelo Sanglard, diretor de Marketing e Vendas da empresa responsável por comercializar o produto no Brasil.

De acordo com o coordenador de Treinamento em Emergências Cardiovasculares da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Dr. Sérgio Timerman, o produto será capaz de salvar muitas vidas devido à sua simplicidade. "Cada minuto que passa numa asfixia que leva a uma parada cardíaca, são 10% a menos de chance de se salvar a vítima de engasgo", alerta.


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